O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, foi o convidado do CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta segunda-feira (16/1). À jornalista Samanta Sallum, o principal assessor do ministro da Justiça Flávio Dino relembrou as ações tomadas para conter os atos terroristas no dia 8 de janeiro. Além disso, ele reforçou confiança nas forças de policiais do DF e apontou que a ação do ex-titular da pasta, Anderson Torres, pode ter sido premeditada. “O Supremo Tribunal Federal assim entendeu também, por isso decretou a prisão do ex-secretário, e as investigações estão em curso e vão comprovar. A minha hipótese é que não se tratou de uma coincidência”, ressaltou.
Cappelli começou descrevendo a iniciativa tomada para lidar com a situação durante a tentativa de golpe. Foi formada uma linha de defesa que seguiu até o Setor Militar Urbano. “A tropa estava com postura defensiva. Fazer com que conseguíssemos andar para esvaziar ao máximo (o local) e prender aqueles que atentavam contra o estado democrático de direito foi um desafio”, comentou. Um dos principais objetivos era o desmonte do acampamento terrorista montado próximo ao Quartel General do Exército em Brasília.
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Nesse sentido, o interventor destacou que os atos terroristas são fruto de um planejamento complexo, que está sendo investigado. “É uma organização criminosa, que vai desde o financiamento e, segundo as investigações estão apurando, vai até a presença de profissionais no campo de batalha. Esse foi um relato gravíssimo que eu recebi de homens da PMDF e que estamos apurando”, informou.
Em Brasília
Por fim, Cappelli salientou inconsistências na conduta de Anderson Torres nas vésperas dos ataques. Segundo ele, fatos anteriores envolvendo o então secretário podem ter dado margem aos crimes praticados na Esplanada dos Ministérios. “Não me parece coincidência que o ex-ministro de Jair Bolsonaro, tenha assumido a secretaria no dia 2/1, trocado o núcleo da secretaria, viajado e esse evento inaceitável tenha acontecido no dia 8/1”, disse.
Ele também afirmou que, apesar do abalo na cooperação interfederativa, a intervenção federal não deve afetar a autonomia política do DF, que será restabelecida ao fim da ação. "O Ministério da Justiça voltará a ter o seu papel e temos plena confiança que o GDF poderá conduzir a Segurança de maneira exitosa.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
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