A defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), entregou um memorial ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que afirma que a falha de segurança na Esplanada dos Ministérios, que resultou na depredação e vandalismo das sedes dos Três Poderes durante os atos golpistas no domingo (8/1), ocorreu por meio de sabotagem.
- "Aguardo toda apuração", diz Ibaneis sobre decisão do STF
- Interventor federal diz que Anderson Torres viajou antes das férias oficiais
De acordo com o documento, obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, o Governo do Distrito Federal e as forças de segurança estabeleceram “um protocolo de ações integradas, previamente elaborado com a finalidade de promover ações de segurança pública” no fim de semana em que os atos golpistas estavam marcados.
Com o planejamento, Ibaneis “confiou na execução, ainda com mais razão quando obteve informações de que tudo transcorria de maneira absolutamente tranquila e pacífica”. O plano, de acordo com a defesa, dividia atribuições a diversos órgãos do DF.
Apesar de cada órgão saber a função no plano de contenção de atos golpistas, “fato é que, em algum momento, no plano da execução, o protocolo previamente estabelecido foi inusualmente descumprido, permitindo ou facilitando os inacreditáveis e irremissíveis atos de violência praticados contra os Poderes da República e contra o Estado Democrático de Direito”.
Saiba Mais
Para a defesa, há circunstâncias comprovadas por imagens e dados que “evidenciam o abandono do plano de ação” durante o período de execução. Como exemplos, eles pontuam “a deserção dos postos por parte de alguns policiais e a filmagem, por agentes da segurança pública e para entretenimento pessoal, dos atos criminosos praticados diante de seus olhos, situações que são irremediavelmente graves”.
Assim, os advogados afirmam que houve “atos de sabotagem [que] foram além da mera inação daqueles que estaticamente presenciaram os atos”. No documento, há também uma ata notarial com as mensagens de Ibaneis quando soube dos atos golpistas, pro volta das 15h39. “Coloca tudo na rua. Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível”, diz a transcrição de fala creditada ao governador afastado.
Os advogados também mencionaram reportagem em que o interventor da Segurança no DF, Ricardo Capelli, afirma que o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, sabotou o esquema de segurança.
Ibaneis foi afastado do Governo do Distrito Federal (GDF) na segunda-feira (9/1) por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que também coordena o inquérito dos atos antidemocráticos, que incluiu as depredações de cunho golpista ocorridas no domingo (8/1).
Nesta quarta-feira (11/1), a Corte formou maioria para manter a decisão de Moraes contra o governador. Ao Correio, Ibaneis diz que recebeu a notícia com “serenidade” e que confia “em Deus e na justiça” e que aguardará a apuração do caso.
"Como já divulgado nos áudios e documentos que juntei ao inquérito e que fiz chegar a todos os senhores ministros e a população, fui levado a erro pelas autoridades da segurança que estavam à frente da operação”, declarou.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Saiba Mais
- Política Esplanada está sob forte esquema de segurança por ameaça de atos extremistas
- Economia Atos de vandalismo em Brasília podem causar demissão por justa causa
- Política Aras indica coordenador de grupo de combate aos atos antidemocráticos
- Brasil Suzane Von Richthofen é solta e passa a cumprir pena em regime aberto
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.