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Afogamentos e acidentes mostram os perigos do Lago Paranoá

O número de mortes caiu nos últimos anos, mas os problemas ainda são frequentes no local, que é muito utilizado por grupos nesse período de férias. Bombeiro dá dicas de como se cuidar e evitar afogamentos e outros acidentes com frequentadores e embarcações

Pedro Marra
postado em 11/01/2023 06:00
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A Press)

Férias, calor, tudo isso é um convite a se jogar na água. Porém a diversão em família e amigos pode virar uma preocupação e risco de vidas para banhistas e tripulantes de embarcações que frequentam o Lago Paranoá. Para controlar a segurança da população nos fins de semana e feriados, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) tem cinco pontos de guarda-vidas ao redor do lago, em locais estratégicos com mais movimentação, com três salva-vidas treinados em cada posto da corporação.

Apesar do número de acidentes no Lago Paranoá ter caído em janeiro nos últimos três anos, os dados do CBMDF ainda são preocupantes. No primeiro mês de 2020, foram três óbitos, com dois no mesmo período de 2021 e uma morte em janeiro do ano passado. Em cada ano, respectivamente, houve oito, cinco e quatro ocorrências envolvendo afogamentos, colisão de embarcações, incêndios e naufrágios.

Para o tenente Ramon Lauton, do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático do CBMDF, as pessoas subestimam o ambiente aquático, que é hostil, na avaliação dele. "Temos que ter respeito e não superestimar a nossa capacidade de nadar, porque, às vezes, algumas pessoas acham que sabem nadar, cansam, e têm uma cãibra. O Lago não tem borda, o que dificulta para se apoiar em algo, e a pessoa pode se afogar", alerta.

As ocorrências e mortes em janeiro de 2022 foram as menores nos últimos quatro anos. Em 2019, houve cinco registros contra os quatro casos de 2022, sendo que, no ano passado, apenas uma pessoa perdeu a vida por afogamento. O Corpo de Bombeiros Militar do DF alerta aos banhistas para a média de 12 metros de profundidade, porém em alguns, como a região perto da barragem, pode chegar a 38 metros de fundo.

"No local, caberia um Estádio Nacional Mané Garrincha, que tem 36 metros de altura", exemplifica o bombeiro. Para essa e demais regiões, a orientação do CBMDF é não usar bebidas alcoólicas, assim como em cachoeiras e piscinas, pois "a pessoa perde a noção de espaço e tempo".

Colete salva-vidas

O Grupamento de Busca e Salvamento Aquático do CBMDF também aconselha que os tripulantes de embarcações utilizem colete de salva-vidas aprovados pelo Inmetro e Marinha, pois objetos improvisados não são confiáveis para garantir a segurança pessoal. "Muita gente usa aqueles colchões infláveis, boia de pneu e caixa de isopor, que não são testados e não têm resistência, pois um colchão inflável pode pegar em qualquer coisa, furar, uma caixa de isopor quebra e o banhista fica à deriva no lago", ressalta Lauton.

Segundo as Normas e Procedimentos da Capitania Fluvial de Brasília (CFB), da Marinha do Brasil, é recomendado o uso permanente de coletes salva-vidas por crianças com idade inferior a sete anos enquanto estiverem a bordo de embarcações de quaisquer características e dimensões, independentemente da velocidade. O mesmo vale para pessoas que não souberem nadar e para todos a bordo de embarcações pequenas. Após o pôr do sol, é proibida a navegação de motos aquáticas e embarcações com propulsão a motor sem luzes de navegação.

"Os passageiros das embarcações em atividade de turismo náutico e transporte de passageiros deverão ser orientados, pelos respectivos comandantes, antes de suspender, quanto ao uso correto do colete salva-vidas, dos procedimentos de abandono e a identificação dos locais de guarda dos coletes a bordo", ensina o comandante do grupamento aquático.

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