Após o vandalismo cometido por bolsonaristas extremistas nos monumentos da Praça dos Três Poderes, um grupo de manifestantes realiza um protesto, na tarde desta segunda-feira (9/1), em frente ao Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal (GDF). Ao som de tambores, bandeiras de frentes populares e gritos de "Fora, Ibaneis e a Celina", os manifestantes se concentram na praça dem frente ao centro administrativo. Organizadores estimam aproximadamente 500 pessoas no ato.
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Os participantes do desagravo reivindicam o impeachment do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afastado do cargo durante 90 dias por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os ativistas decidiram se concentrar no local em defesa da democracia. Alguns motoristas e motociclistas passam pelo grupo e buzinam para os protestantes. Do outro lado, policiais militares fazem a segurança do Buriti.
Segundo a ativista do Partido dos Trabalhadores do DF (PT-DF), e moradora da Octogonal, Glace Moraes, 62 anos, o ato deve durar cerca de 1 hora, tempo que ela considera suficiente para marcar um pedidoo afastamento definitivo de Ibaneis. "Esse governo tem que ser destituído porque a gente sabia disso, que estava sendo muito maleável com os manifestantes em frente ao QG do Exército, não fez nada, e aconteceu tudo que vimos ontem", lamenta a aposentada.
Poder do povo
Para ela, é possível tirar o governador do poder do Executivo local com a força do povo, apesar do governador ter maioria na Câmara Legislativa do DF. "Se o povo vem para a rua, o povo tem poder. Estamos aqui para dizer basta", desabafa a ativista.
“Depois da onda de atentados que aconteceram ontem, é necessário ocupar as praças e as ruas em repúdio à conivência das forças de segurança com o terrorismo e para deixar claro que a maioria do povo brasileiro escolheu o lado da democracia. Vamos dar nossa resposta nas ruas, com a unidade dos movimentos populares e sociais”, diz uma nota dos manifestantes.
Candidata ao governo do DF na última eleição de 2022, a conselheira tutelar Keka Bagno (PSoL) destaca a força do ato como um exemplo após o pedido de impeachment, protocolado nesta segunda-feira (9/1), na CLDF. "Estamos aqui para dizer que não aceitamos isso, e pedimos que a governadora interina (Celina Leão) não tome qualquer posição que vá contra a governabilidade do presidente Lula", comenta.
Keka acredita que tirar Ibaneis do cargo de governador do DF é possível, diante da gravidade do que ocorreu com o vandalismo feito por criminosos no Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. "A gente teve uma nota com mais de 20 deputados contra o que aconteceu ontem. Então, se o governador Ibaneis não tomar postura no próximo período condizente com a de um governador, e a Celina Leão também, acho que o impeachment pode ser uma realidade", opina.
Coordenador do movimento Bem Viver, o ativista social Thiago Ávila opinou que realizar atos como esse é importante para ser um ensino pedagógico à população do DF sobre como protestar. "Quando a gente faz essa mobilização popular, estamos dando retaguarda suficiente para as pessoas entenderem que a vontade popular é que não aconteçam mais violências como essa (na Praça dos Três Poderes)", analisa.
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