O procurador-geral de Justiça do DF e Territórios (MPDFT), Georges Seigneur, encaminhou, na tarde desta segunda-feira (9/1), duas recomendações que pedem afastamento provisório do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, Fernando de Sousa Oliveira; do comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira; do comandante operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Jorge Eduardo Naime Barreto; e do comandante do Pelotão de Choque, Gustavo Cunha de Souza.
Porém, o interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, se antecipou ao pedido do MPDFT e anunciou na tarde de ontem que o coronel Klepter Rosa vai assumir o comando-geral da PMDF. Até o fechamento desta edição não havia uma definição sobre a permanência dos outros membros da cúpula da corporação.
Os pedidos foram encaminhadas ao gabinete da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, e ao interventor da União na Segurança Pública do DF, Ricardo Capelli. A primeira, que pede o afastamento do titular da SSP, é assinada apenas por Seigneur, o pedido de afastamento dos comandantes, foi feita em conjunto com os titulares da 1ª Promotoria de Justiça Militar, Nísio Tostes Filho, e da 3ª Promotoria de Justiça Militar, Flávio Augusto Milhomem.
Segundo o MPDFT, o afastamento provisório considera a apuração de informações, documentos, fotos e vídeos, além de notícias divulgadas em diversos canais de comunicação social apontando omissões por parte de integrantes da PMDF no que se refere aos graves atos antidemocráticos praticados em 8 de janeiro de 2023.
O MPDFT entende que "é preciso manter a hierarquia e a disciplina no âmbito da Polícia Militar do Distrito Federal, bem como o escorreito desempenho de suas funções institucionais".
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Condução dos trabalhos
Cappelli, teve um primeiro dia de trabalho árduo ontem. Após os atos de terrorismo praticados por bolsonaristas que depredaram prédios públicos na Praça dos Três Poderes neste domingo, o interventor nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou a retirada dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que acampavam em frente ao Quartel-General do Exército.
Cappelli esteve pessoalmente com o comboio da PMDF que conduzia os militantes de extrema-direita do acampamento até as instalações da Polícia Federal. "Desativamos o acampamento que funcionou como QG dos atos antidemocráticos inaceitáveis de ontem (domingo). Todas as barracas serão retiradas. A área foi retomada e não será permitida a volta de manifestantes de qualquer ordem. Todos foram encaminhados para a PF. A lei será cumprida", publicou em uma rede social. "Os criminosos seguirão sendo identificados e punidos. Não permitiremos a continuidade de concentrações que funcionem como incubadoras de planos contra o Estado Democrático de Direito", destacou.
Secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), considerado o braço direito do ministro da pasta no atual governo, Flávio Dino, Cappelli foi nomeado como interventor e exercerá o controle operacional de toda a segurança pública da capital federal até o dia 31 de janeiro de 2023, conforme decreto assinado pelo presidente da República. Ele responderá diretamente à Presidência e poderá requisitar servidores e recursos financeiros e tecnológicos de órgãos civis e militares.
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