O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no DF saiu em defesa do governador Ibaneis Rocha, do mesmo partido. Em nota, o diretório regional fez críticas aos atos de vandalismos na Praça dos Três Poderes no domingo (8/1), mas repudiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em determinar o afastamento do chefe do Executivo local. Ao mesmo tempo, Ibaneis é alvo de articulações de figuras importantes da sigla para uma eventual expulsão.
Na nota, a comissão executiva do partido discorda da decisão, que representa uma “intervenção contra a autonomia política e administrativa do DF, sem a devida apuração dos fatos”. Ainda na nota, a sigla diz que Ibaneis foi eleito nas urnas, e que a determinação de Moraes contraria a vontade da população. “O MDB/DF espera que seja restabelecida a ordem democrática, com o retorno imediato do governador Ibaneis Rocha ao cargo, e a apuração rigorosa dos fatos, com punição dos culpados”, conclui o documento.
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Apesar do desejo explícito de retorno do chefe do Executivo local ao cargo, Ibaneis sofre com uma articulação de um dos políticos mais influentes de dentro da sigla. O senador Renan Calheiros (AL) encabeça nos bastidores a expulsão de Ibaneis do partido.
Ao Correio, Calheiros afirmou que conta com o apoio de outros figurões, e pontuou apoiar a decisão de Moraes. “Estarei pedindo formalmente a expulsão de Ibaneis no MDB. Moraes foi correto em tudo na decisão. Vou pedir a expulsão”, disse à reportagem.
Enquanto Ibaneis segue afastado do cargo, a vice Celina Leão (PP) se torna governadora em exercício. A progressista assumiria a cadeira a partir de 16 de janeiro, em virtude da viagem de férias de Ibaneis aos Estados Unidos. O chefe do Executivo local, no entanto, decidiu cancelar as férias em família, programadas desde outubro, após os atos terroristas na Praça dos Três Poderes. Horas depois, Moraes comunicou o afastamento do cargo por três meses.
Reunião extraordinária
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) vai realizar uma reunião extraordinária na tarde desta segunda-feira (9/1). A ideia é debater o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na pauta, os parlamentares também vão discutir os atos ocorridos na capital do país. De acordo com o artigo 67 da Lei Orgânica do Distrito Federal, uma das situações que a presidência da CLDF deve convocar sessões extraordinárias é a intervenção federal no DF.
No início da noite de domingo (9/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu decretar intervenção federal na segurança pública do DF até 31 de janeiro. "A Lei Orgânica determina a convocação da sessão nesses casos. Outros temas também serão introduzidos", disse o presidente Wellington Luiz (MDB), ao Correio. Ela deve ocorrer de forma híbrida, isso porque nem todos os parlamentares estão no DF.
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader
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