A proximidade da posse presidencial tem movimentado diversas áreas da economia no Distrito Federal. Segundo Jael Silva, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), a expectativa é que 300 mil pessoas oriundas de todas as regiões do país passem pelos 10.987 estabelecimentos do setor da capital até segunda-feira (2/1). "Esse público todo vai circular pela cidade, precisará comer e beber", avalia, mesmo levando em consideração que muitos ficarão hospedados com parentes ou amigos.
Silva ressalta que o fluxo intenso beneficiará os demais setores da economia. "As pessoas vão gastar em diversos locais, não só em bares e restaurantes. Elas precisam se locomover, se alimentar, alguns também vão passear etc. Normalmente, um evento como esse impacta o comércio de uma maneira geral", destaca.
Ele também observa que esse incremento não ficará restrito ao Plano Piloto. "Alguns vão se hospedar em hotéis fora da área central, outros vão transitar pela cidade. Com isso, com certeza, haverá aumento na circulação em outras áreas do DF", comenta. Segundo ele, não é possível estimar o valor total que será injetado na economia local, porém, o prognóstico é de um lucro muito superior ao dos anos anteriores.
Época de casa cheia
A posse presidencial é neste domingo (1º/1), mas o movimento vem superando o esperado há alguns dias. No restaurante Jamburita, por exemplo, a circulação de clientes triplicou no começo da semana, em comparação com o mesmo período do ano passado. "Tivemos pessoas que esperaram mesa por mais de duas horas na fila. Depois de tempos tão difíceis para o comércio local, estamos tomando essa crescente como sinal de que a vida começa a melhora, mesmo antes do dia em que o novo presidente vai assumir", conta Mari Mira, uma das sócias da empresa, que fica na quadra 714/715 Norte.
A procura foi tanta que, ontem, consumidores chegavam a todo momento, em busca de uma mesa, encontrando a casa com 100% de ocupação. Até então, o melhor mês do restaurante foi outubro. Mesmo assim, Mira avalia que a quantidade não tende a se manter. "Acredito que grande parte dos turistas que vieram para a posse deverão seguir para outros destinos próximos ou retornar a seus lugares de origem na primeira semana de janeiro", prevê.
O grupo Dom Francisco, que tem restaurantes na quadra 402 Sul e na Asbac, também segue com público expressivo. Francisco Ansiliero, 83, está à frente da rede há 35 anos e nunca tinha visto tanta gente se descolando para Brasília. "O espaço está cheio e deve ficar ainda mais até o dia da cerimônia. "Amanhã (hoje) deve ter lotação máxima, ocupando os 240 lugares que temos", comemora.
Francisco está mais animado que Mari e espera que o estabelecimento continue com o ótimo resultado nas primeiras semanas de 2023. "Em anos de mudança de governo, notamos muito movimento ainda na primeira quinzena de janeiro. Os que vêm para a posse ainda vão para outros eventos na cidade", comenta. Para alavancar o fluxo de clientes no primeiro mês do ano que vem, o restaurante também pretende realizar um festival do bacalhau, no dia 5 de janeiro. "Com isso, conseguiremos esticar o movimento por mais alguns dias. Estou otimista. Espero que continue assim e melhorando", conclui.
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*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso