O Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil (Decor/PCDF), comandado pelo delegado Leonardo de Castro Cardoso, afirmou, em coletiva de imprensa, que, entre os bolsonaristas alvos da operação Nero, estão alguns suspeitos acusados de alojar um artefato explosivo perto do Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro.
“Houve a troca de informações o tempo todo entre a PF e a PCDF, e alguns alvos convergiam. Os dois inquéritos foram declinados para o STF (bomba no aeroporto e atos de vandalismo) e, a partir de ontem, alguns alvos começaram a ser presos. As investigações continuam”, declarou Leonardo.
Apesar de não revelar quem são os alvos em comum — pois as investigações da bomba seguem em sigilo decretado judicialmente —, a PCDF complementou que os criminosos têm ligação com a manifestação ocorrida no QG do Exército.
“As pessoas que participaram daquele movimento, que acabou em atos de vandalismo, eram pessoas que, de alguma forma, frequentavam o movimento que está instalado no QG”, falou o delegado. Os vândalos do dia 12 estão sendo investigados por cometer crimes contra o patrimônio privado e público do DF, lesão corporal, tentativa de homicídio e incêndios.
Acampamento no QG
A Polícia Civil afirma que há cerca de 150 horas de filmagens de câmeras de segurança dos ocorridos, e que existem "provas robustas" da participação dos bolsonaristas acampados no Setor Militar Urbano. Entre os identificados, nenhum era originalmente do DF e, por isso, segundo os investigadores, é mais difícil localizá-los.
Pastores, cabeleireiros, blogueiros e empresários estão na lista de investigados. A polícia afirmou, ainda, que quase todos os indivíduos frequentavam o acampamento no Quartel-General (QG) do Exército, contra o resultado das eleições.
“Como dito pela PCDF, quase a totalidade dos indivíduos passaram pelo QG. Eles postam foto no local, e às vezes ficam lá, passam pelo local, mas nós não manipulamos ainda o tempo. A PF investiga fatos, não pessoas, mas o que se investigou é que as pessoas que cometeram os crimes dia 12 eventualmente transitaram pelo quartel”, acrescentou o Coordenador Geral de Repressão a Crimes Fazendários, Cléo Matusiak Mazzotti.
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