Agentes do DF Legal foram expulsos por manifestantes bolsonaristas acampados em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, após tentativa de retirada das barracas vazias do local. Um vídeo cedido ao Correio mostra o momento em que cerca de 60 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno das eleições, em 30 de outubro, gritam com os servidores. "Sai fora." "Aqui é área militar." "Vai embora." As cenas mostram militares do Exército assistindo a tudo de braços cruzados. Veja o vídeo abaixo.
Às vésperas da cerimônia de posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) está em diálogo com o Exército para acelerar a desmobilização do acampamento, segundo declaração do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). A afirmação foi feita, após reunião de Ibaneis com futuros ministros de Lula, na terça-feira (27/12). De acordo com o governador, a expectativa é a de que os autores de atos antidemocráticos desocupem a área, voluntariamente, antes da solenidade.
Procurado para comentar o caso, o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, confirmou que havia uma ação do DF Legal para verificar os movimentos ambulantes e as estruturas indevidamente instaladas. “Qualquer ação que ocorra no DF pode afetar a cidade como um todo, então realmente trabalhamos de forma preventiva para que não haja nenhum tipo de irradiação de operações e ações na cidade. Uma equipe do DF Legal e da PMDF estavam no local e, em um determinado momento, por decisão do Exército, suspendeu-se uma ação mais incisiva na região”, diz
O secretário explicou, ainda, que o governo do DF trabalha por demanda do Exército Brasileiro. “É uma área militar sob jurisdição da operação deles. Tanto que é a polícia militar que faz o controle de ordem pública lá dentro. E nós trabalhamos nessas operações como sempre fizemos, recebendo apoio da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar, do Detran”, cita. Apesar da expulsão dos agentes do DF Legal, o secretário da Casa Civil reiterou que os militares continuam realizando a desocupação do local. “Ele continuam desocupando, segundo informações que nos foram passadas, retirando as instalações, e nós seguimos à disposição”, garante.
O que diz o Exército
O Centro de Comunicação Social do Exército informou, por meio de nota, que na manhã de hoje (29/12) a força prosseguiu com os trabalhos para a retirada de estruturas em desuso no acampamento de manifestantes no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília (DF). E que a atividade foi conduzida em coordenação com os órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), mas foi suspensa no intuito de manter a ordem e a segurança de todos os envolvidos.
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Desde então, as primeiras horas desta quinta-feira (29/12) têm sido tensas. As polícias Civil e Federal cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão contra envolvidos em atos de vandalismo praticados no Distrito Federal em 12 de dezembro. A ordem foi expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e os mandados são cumpridos no DF, e nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
Também para esta quinta-feira, estava prevista a retirada das barracas vazias da área do QG onde bolsonaristas estão acampados há quase dois meses. Conforme apurado pelo Correio, o Exército suspendeu a operação, após manifestantes fazerem uma passeata contra a retirada deles do Quartel General do Exército. “Supremo é o povo, daqui eu não me movo”, gritava o grupo.
Atentado terrorista
No fim de semana, o empresário bolsonarista George Washington Sousa, 54 anos, foi preso acusado de tentar explodir uma bomba deixada em um caminhão carregado com querosene de avião. O veículo estava perto do aeroporto. De acordo com a polícia, o empresário tentou detonar a bomba à distância, porém, o dispositivo falhou.
*Estagiário sob a supervisão de Adriana Bernardes.
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