Para todos os gostos e em todos os cantos. Intitulada Viva 2023, a celebração da chegada do ano novo no Distrito Federal terá programação robusta e em um formato inédito, que contempla os brasilienses espalhados pelo Plano Piloto, Ceilândia, Gama e Sobradinho. Mais de 50 artistas locais protagonizarão palcos que serão compartilhados com nomes como Vanessa da Mata, Geraldo Azevedo, Chico César, Nação Zumbi, Fundo de Quintal, Frank Aguiar, Biquíni Cavadão e Bloco Ilê Aiyê. E tudo totalmente gratuito para a população dar as boas-vindas ao novo ano.
No processo de seleção realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, foi garantido palco para cantores e bandas das regiões em que a festividade será realizada, a partir de critérios como diversidade, gênero e promoção dos direitos LGBTQI . "Os anfitriões serão os grandes privilegiados", ressalta Sol Montes, subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural. "Nosso compromisso maior é com a valorização dos artistas locais", acrescenta.
A dupla sertaneja formada pelos irmãos cearenses Luiz Marcelo, 28 anos, e Matheus, 27, é uma das atrações locais que vão agitar o palco no Gama, amanhã, às 18h20. Os dois iniciaram a carreira musical em 2013, quando já moravam em Brasília, onde chegaram em 1995. Desde então, fazem shows aos fins de semana em casas de show e bares da capital federal. "Temos um show bem animado e diversificado, porque tocamos sertanejo, modão e piseiro", adianta Luiz.
Depois de dois anos sem evento público na virada do ano, determinado pela pandemia de covid-19, o Governo do Distrito Federal propõe uma comemoração descentralizada e democrática, em cinco locais simultaneamente: Eixo Cultural Ibero-americano (antiga Funarte) e Prainha, no Plano Piloto, além das três regiões administrativas selecionadas, localizadas em pontos diferentes do quadradinho. A festa começa simultaneamente às 18h e contará com queima de fogos em todos os locais.
Sem política
Para a secretária executiva Regiane de Almeida Ramos, 43 anos, moradora de Sobradinho, a descentralização veio com um alívio. Ela gosta de curtir a passagem de ano em um momento festivo, em público, porém, após um jejum exigido pelas medidas de combate às aglomerações, estava desanimada com a ideia de ter que atravessar a cidade para celebrar 2023 na região central de Brasília, especialmente em um ano atípico. Para a brasiliense, vacinada com quatro doses contra a covid-19, esta passagem de ano trouxe uma outra sensação de insegurança: os embates ideológicos por conta da posse presidencial. "Eu não gosto de política, só queria ter um réveillon normal, mas estava frustrada por ter que me misturar com pessoas militando na Esplanada. Agora vou poder comemorar com minha família e amigos, perto de casa, e em paz", comemora.
A filha de Regiane, a estudante Priscilla Ramos, 16, endossa o coro da mãe. "Ela tinha me proibido de sair de casa, com medo dessas manifestações violentas, mas agora vamos poder aproveitar os shows juntas", conta a adolescente, que é fã da dupla Wilian e Marlon, uma das atrações locais do último dia do ano no estacionamento do Estádio Augustinho Lima.
Acessibilidade
De acordo com a Secretaria de Cultura, o show da virada brasiliense contará com acessibilidade total. Os espaços estarão preparados com rampas para receber pessoas em cadeiras de roda, e haverá intérpretes de libras em todos os locais. A pasta terá, ainda, o apoio da Secretaria de Segurança Pública para garantir que a festa ocorra sem percalços.
Ao Correio, o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, declarou que é o momento de celebrar, com esperança, a chegada de 2023. "Nós temos as melhores expectativas. Um ano muito especial nos aguarda. Mas também temos muito o que comemorar, porque 2022 foi de vitórias, com a saída progressiva do pior período da pandemia, que tanto afetou o setor cultural", destaca.
Fogos na beira do lago
Além da Prainha dos Orixás, a tradicional queima de fogos às margens do Lago Paranoá também poderá ser contemplada no Pontão do Lago Sul. Na virada para 2023, a capacidade máxima de público não pagante será de 4 mil pessoas. A entrada dos visitantes se dará de forma controlada, através de retirada antecipada e gratuita de pulseira de acesso. A entrada no complexo está condicionada a doação de 1kg de alimento não perecível (exceto sal e flocão) a ser entregue no ato da retirada. Os produtos serão doados a moradores da comunidade Santa Luzia, na Estrutural (em parceria com o grupo voluntário Panela Compartilhada).
Festival do Futuro
Sessenta artistas de gêneros musicais diversos e de diferentes regiões do país participarão do Festival do Futuro, que celebrará a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República, na Esplanada dos Ministérios, no domingo. A abertura será às 10h, com o Cortejo de Manifestações Populares, seguido do espetáculo Brasília de todos os ritmos e do show de Kleber Lucas e convidados.
Durante a cerimônia de posse, no Congresso Nacional — com transmissão em telão instalado no local — haverá interrupção da série de shows. Às 15h30, na retomada da programação, se apresentará Ju Maderada e banda. Na sequência, a partir das 18h30, passarão pelos palcos denominados Elza Soares e Gal Costa, entre outros, os artistas Martinho da Vila, Geraldo Azevedo, Chico César, Paulo Miklos, Rappin Hood, Zélia Duncan, Maria Rita, Teresa Cristina, Gabi Amarantos, Duda Beat, Flor Gil, Baiana System, Os Gilsons e os brasilienses Gog e Elllen Oléria. A futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, é outra atração confirmada.
Colaborou Pedro Marra
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