O empresário bolsonarista que tentou explodir uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília, neste sábado (24/12), usou explosivos oriundos de garimpos e pedreiras no Pará. O homem de 54 anos se chama George Washington De Oliveira Sousa e veio do Pará para participar dos atos em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Em depoimento na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), ele admitiu a motivação política do crime.
- Bolsonarista tentou explodir bomba no Aeroporto para "chamar atenção ao movimento".
- "Seria uma tragédia jamais vista", diz diretor da PCDF após prender bolsonarista.
George é dono de uma empresa de vestuário em Santarém, no Pará. Ele veio para Brasília logo após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, em 31 de outubro. Desde então, participa de atos em frente ao QG do Exército e mora em um apartamento alugado no Sudoeste.
No começo da noite deste sábado, George foi preso no apartamento. Junto dele, segundo a PCDF, foram apreendidos um fuzil, duas espingardas, revólveres, mais de mil munições e artefatos explosivos.
"Ele estava em uma caminhonete, carro próprio, e trouxe os armamentos por lá. Mas as emulsões explosivas foram encaminhadas para ele posteriormente. Será investigado quem enviou, mas de antemão elas são oriundas de pedreiras e garimpos do Pará, mas iremos investigar essa conexão", falou o diretor geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido.
De forma espontânea, o criminoso confessou que queria chamar atenção para as questões políticas que tem defendido. "Não temos noção de quantas pessoas colaboraram com ele, mas as investigações vão se aprofundar. Nós respeitamos as manifestações, mas quando elas fogem de princípios constitucionais e ferem a liberdade do próximo, a PCDF vai agir, e agir com rigor", concluiu Robson.
"Se esse material adentrasse o Aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista, seria motivo de vários noticiários internacionais, mas nós conseguimos interceptar", disse Robson Cândido.
"Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhando no QG", disse Robson Cândido.
Segundo a PCDF, o criminoso tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). Questionado, o delegado Robson Cândido explicou que ele tem a licença, porém tudo que foi apreendido,está fora das normas.
Entenda a história
Na tarde deste sábado, o Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conseguiu desativar um artefato explosivo encontrado próximo ao Aeroporto de Brasília, por volta das 13h20.
O material explosivo foi encontrado dentro de uma caixa por funcionários da Inframérica por volta das 7h45, após um caminhão ter deixado a caixa na via pública, ainda pela madrugada. Os funcionários interditaram parte da pista com cones, e esperaram os policiais militares chegarem.
Com a PMDF no local, uma das pistas sentido ao Aeroporto de Brasília foi interditada. O procedimento para a remoção do objeto, que são duas bananas de dinamite ligadas a um fio, iniciou por volta de 11h55 pelo Esquadrão de Bombas da corporação. Às 13h20, o grupo desativou a bomba, e deixou o local logo após, seguido do CBMDF e da PF. Policiais civis ficaram por lá para a realização da perícia.
“No local, realizou-se a desativação do artefato explosivo. O material apreendido foi entregue de forma segura à perícia da PCDF”, detalhou a PMDF, em nota.
Pelo Twitter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que está acompanhando a operação sobre a suposta bomba encontrada próximo ao aeroporto. O ex-governador do Maranhão está em viagem para São Luís (MA), onde passará o Natal ao lado da família. “Estamos acompanhando as apurações sobre o suposto artefato explosivo encontrado em Brasília na manhã deste sábado. Teremos informações oficiais em breve”, disse o ministro.
Caso suspeito na Asa Sul
Na sexta-feira (23/12) — antevéspera de Natal —, as equipes da Polícia Militar (PMDF) atenderam uma ocorrência de suspeita de bomba na 216 Sul. Após duas horas e meia de investigações, a corporação concluiu que não existia um artefato explosivo na mochila do suspeito — um homem de aproximadamente 30 anos — que estava em um ônibus.
De acordo com a coordenação das investigações, nenhum artefato ou substância ilícita foi encontrada na mochila. “O suspeito foi liberado e vamos desocupar as vias. Após a apuração do BOPE, concluímos que não havia bomba”, ressaltou o major Newton.
Por volta das 14h30, os militares foram acionados por uma passageira do transporte público, que tinha como destino a Rodoviária do Plano Piloto, pois a vítima escutou que um homem carregava uma bomba em seus pertences.
Imediatamente, o ônibus da empresa Pioneira começou a ser monitorado, e no fim do Eixo Sul, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Esquadrão Antibombas da PM pararam o veículo e iniciaram a Operação Petardo. De acordo com apuração do Correio, tudo iniciou após uma passageira ouvir a conversa do homem, e suspeitou que ele estava portando uma bomba.
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