Condenado a 30 anos de prisão por assassinar a mulher e o vizinho, o sargento da reserva da Aeronáutica Juenil Bonfim de Queiroz foi expulso da corporação, após ser julgado pelo Conselho de Disciplina. O crime bárbaro ocorreu em 12 de junho de 2019, no Cruzeiro Novo, e foi gravado em vídeo. Juenil era casado com Francisca Naidde de Oliveira Queiroz e suspeitava que a companheira e o amigo dela, Francisco de Assis Pereira da Silva, mantivessem uma relação extraconjugal. No entanto, Francisco era homossexual e casado com outro rapaz.
O Correio obteve acesso com exclusividade ao documento assinado pelo comandante da Aeronáutica, o tenente-Brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista, que torna feita a exclusão do sargento. A notificação do ato foi recebida pela defesa de Juenil nessa terça-feira (20/12), mas o acusado só tomou ciência nesta quarta-feira (21/12).
Com a decisão, o militar deixa de integrar o quadro de funcionários da Aeronáutica. Desde quando foi preso, ainda em 2019, o acusado esteve detido na carceragem da própria corporação e chegou a contrair covid-19, que resultou em algumas sequelas, como a perda parcial da audição. Agora, Juenil será transferido ao Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião, onde dividirá a cela com outros presidiários.
O advogado Samuel Magalhães, que representa o militar no processo administrativo, afirmou ao Correio que vai recorrer da decisão na esfera judicial.
Crime e condenação
O crime ocorreu dentro do apartamento onde Juenil e Francisca moravam. O militar da reserva suspeitava que a esposa dele e o vizinho tinham um caso. Naquela noite, o acusado, que era síndico do prédio, obrigou as vítimas a subirem ao apartamento dele.
Marcelo Soares, viúvo de Francisco, também esteve no imóvel. Armado, Juenil fez repetidas acusações de que Francisca e Francisco teriam um caso. Mesmo diante das negativas e de pedidos para que o militar da reserva não disparasse, o acusado atirou contra as vítimas. Francisca morreu no local, enquanto o vizinho foi levado ao Hospital de Base, mas não resistiu.
Após o crime, o sargento da reserva tentou fugir. No entanto, ele foi detido em flagrante. Na delegacia, assumiu a autoria dos dois assassinatos.
Em dezembro de 2021, o Tribunal do Júri de Brasília condenou o militar a 30 anos de prisão pelos crimes.
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