A mistura de tradições, vivências e etnias traz ao Brasil uma cultura intensa, diversificada e com uma longa trajetória histórica. Todos esses fatores possibilitam que diferentes tipos de artes sejam criadas no país e, para que cada obra seja devidamente exaltada, é possível contar com galerias para expor, comercializar e valorizar o trabalho dos artistas.
Em Brasília, um dos empreendimentos que se destaca nesse setor é a Referência Galeria de Arte, que possui mais de 26 anos de atuação na capital. O espaço, localizado na Asa Norte (SCLN 202), não cobra entrada para ver as exposições em cartaz e surgiu a partir de um projeto familiar, onde a proprietária Onice Moraes de Oliveira avaliou que o Distrito Federal possuía uma carência voltada à mostras de obras de arte.
"Essa situação precisava ser mudada, tendo em vista que a cidade é a capital do país, nascida e criada como um símbolo da arte moderna, sob os projetos de Oscar Niemeyer, Athos Bulcão, Lúcio Costa, Marianne Peretti, Ceschiatti e Bruno Giorgi. Dessa forma, era necessário trabalhar para que esse repertório estivesse presente na região", exemplifica Onice.
Com toda sua expertise, a galeria mantém a tradição de realizar visitas periódicas em ateliês para conhecer as obras de artistas pessoalmente. Esse cuidado possibilita que a Referência encontre um acervo exclusivo, especial e de alta qualidade para os seus clientes. Além disso, Onice preza pela parceria com cada artista para que haja uma relação duradoura e, dessa forma, é possível estar a par dos projetos e necessidades dos profissionais do ramo.
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"Além de comercializar o trabalho e o que representa o artista, e as obras que fazem parte de seu acervo, o papel do galerista é em grande medida apoiar o criador, gerando meios para que ele continue a produzir com o máximo de liberdade. Por outro lado, é também papel do galerista ouvir as demandas dos nossos talentos, saber o que ele precisa para realizar um projeto pessoal, que talvez nada tenha a ver com a nossa loja. Tudo precisa ser visto e revisto constantemente para contribuir para um ecossistema sustentável", explica.
O espaço está consolidado na cidade como um ponto importante para exposições, e obteve alguns destaques ao longo deste ano. Foram realizadas, por exemplo, mostras individuais e coletivas de artistas representados pela Referência. "Nosso trabalho vai muito além de realizar exposições e fazer vendas. Sempre elaboramos o cronograma com pelo menos um ano de antecedência. Reunimos a equipe e pensamos mês a mês as ações tanto das mostras, como os educativos — encontros e conversas abertas ao público, oficinas para artistas, entre outros — e participações em feiras de arte e mostras institucionais", comenta.
Arte na capital
Para Onice, não é de hoje que o Distrito Federal se destaca na produção contemporânea. Segundo a empreendedora, muitos artistas de Brasília têm grande visibilidade no país e no exterior. "Talvez pelo fato da cidade já ter surgido com a interação entre urbanismo, arquitetura e arte, mas também pela relação da academia com as artes visuais, como o Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB) e a Faculdade Dulcina de Moraes, de onde saíram muitos dos profissionais que hoje são atuantes no mercado", avalia.
Nesse contexto, a riqueza artística de nossa cidade também foi um fator fundamental para que Onice se interessasse pelo segmento. A empresária pontua que, com a convivência e visitação a outros ambientes, foi determinante para a criação da Referência. "A pioneira galeria Oscar Seráphico, no Setor Comercial Sul (SCS), foi uma inspiração para me apaixonar pela arte. As obras ficavam dispostas na galeria, de tal forma que podíamos manuseá-las e escolher o que que quiséssemos. Trouxemos essa forma de expor os trabalhos dos artistas para o dia a dia da Referência. Os nossos clientes gostam de visitar o acervo e ver as obras de outros artistas que não conhecem ou conhecer melhor a produção de vários deles", diz.
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