Os porta-vozes do cacique Serere Xavante, preso na tarde de segunda-feira (12/12), informaram que o indígena deve passar por audiência de custódia ainda nesta terça-feira (13/12). Segundo eles, o bolsonarista está calmo e pediu orações aos apoiadores. Horas depois da prisão, extremistas tentaram invadir a Polícia Federal para tentar libertá-lo.
Serere Xavante foi preso por suspeita de participação em atos antidemocráticos. A detenção foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O cacique faz parte do grupo de indígenas que invadiu a sala de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília no último dia 2 de dezembro.
Inconformados, os bolsonaristas também destruíram ônibus, carros e depredaram uma delegacia da região central de Brasília. Em vídeo gravado pela reportagem do Correio, uma apoiadora, que se identifica como advogada, diz aos apoiadores que no mandado de prisão são citados os protestos organizados pelo indígena. “O que consta [no mandado] são quatro manifestações: aeroporto, shopping, esplanada e hotel”, disse.
Outro aliado, também indígena, diz ter esperança de que o cacique saia em breve da prisão. “Vamos virar esse jogo e logo logo estaremos juntos com ele”, diz na gravação. Em seguida, um apoiador diz que o bolsonarista está sendo acompanhado por três advogados. “Ele está bem assistido, está bem de saúde, está tudo certo”, disse.
PF nega agressão
A PF negou a narrativa veiculada pelos grupos bolsonaristas por meio de nota publicada nas redes sociais. A corporação afirma que “o preso encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido”.
A corporação também afirmou que os “distúrbios verificados nas imediações do edifício-sede da PF estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)”.
Nas redes sociais, os manifestantes afirmam que o cacique foi preso e agredido. Algumas narrativas afirmam, também, que o “filho de 10 anos dele foi sequestrado”. “Segundo relatos, que o índio teria sido agredido e levado desacordado pela polícia”, escreveu um perfil bolsonarista no Twitter.
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