A audiência de custódia marcada para hoje pode decidir o destino do rapaz, 22 anos, acusado de assassinar o pai, de 54 anos na madrugada de ontem. "O criminoso segue preso, descerá para a carceragem da Polícia Civil e passará por audiência de custódia. Caso condenado, poderá pegar de 12 a 30 anos de reclusão por homicídio com mais de duas qualificadoras", informou o delegado responsável pelo caso, Hudson Maldonado.
O atendimento à ocorrência de um incêndio na Quadra 7 de Sobradinho acabou revelando o crime, cujo principal suspeito é o filho da vítima. Ao chegar ao local, por volta das 2h30 de ontem, os socorristas do Corpo de Bombeiros se depararam com a vítima que apresentava três perfurações na região dorsal, uma na região lombar, uma na panturrilha e outra com orifício de entrada e saída no pulso, o que, segundo a Polícia Civil evidenciava que o homem havia sido assassinado possivelmente a facadas e que tentou se defender antes de morrer. O óbito foi constatado no local por uma médica do Samu. A vítima era policial militar reformado.
De acordo com o boletim de ocorrência, o irmão do homem assassinado informou à Polícia Civil que recebeu um áudio da vítima, no qual a vítima pediu ajuda e narrou que havia sangue pela casa inteira e que estava todo furado pelo filho, com quem morava na mesma residência. O tio do suspeito também falou que a vítima estava em quadro de depressão, que a relação dele com o filho sempre foi conturbada e que já ouviu o irmão falar que tinha medo do filho matá-lo.
Por sua vez, o suspeito contou aos agentes que tinha passado o domingo inteiro fora de casa. Disse que o pai era esquizofrênico, alcoólatra, que tinha síndrome do pânico, mania de perseguição e insinuava querer se matar. A vítima tomava medicação controlada. O suspeito falou que estava no quarto quando percebeu fumaça no ambiente e saltou pela janela para se salvar. Depois disso, ele teria se munido de um cobertor para tentar salvar o pai, mas que não conseguiu devido à visão prejudicada pela fumaça. Parte da casa foi incendiada.
Segundo informações preliminares da perícia, na cena do crime havia pegadas de sangue pelo corredor e outros cômodos da casa, sinal de que houve uma luta violenta no local. O delegado responsável pelo caso, relatou ao Correio que o suspeito comportou-se de maneira fria quando chegou à 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho). Apesar de dizer que, na realidade, ele tentou salvar o pai do incêndio, o jovem não conseguiu explicar por que estava com as vestes sujas de sangue e os óculos de grau quebrados. Os aparelhos celular do pai e do filho foram apreendidos para investigação.
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