FIM DE ANO

Reforço policial trará ruas e comércio mais seguros no Distrito Federal

Por conta da alta circulação de dinheiro nesta época, forças policiais do Distrito Federal prepararam um esquema especial de combate a roubos e pequenos furtos ligados às festividades natalinas nas ruas e no comércio

A menos de um mês para as festas de fim de ano, os brasilienses preparam o bolso para gastar mais. Com o 13º salário em circulação, o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) estima um aumento de até 18% nas vendas para o Natal. A notícia, no entanto, não desperta a atenção somente dos trabalhadores. Há quem fique de olho na intensa movimentação das lojas, de agências bancárias ou shoppings para cometer roubos e furtos. As forças de segurança da capital montaram um esquema especial de intensificação no policiamento. Até 6 de janeiro, 400 policiais militares dos mais diversos pelotões reforçarão a segurança na capital em pontos estratégicos.

Em uma cerimônia ocorrida ontem no Complexo Cultural da República, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) lançou oficialmente a Operação de Policiamento de Intensificação de Natal, o PIN. A iniciativa visa coibir a prática de crimes contra a pessoa e o patrimônio e contará com policiais das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), do Patrulhamento Tático Motorizado (Patamo), do Batalhão de Motopatrulhamento Tático (BMT), além daqueles lotados nos comandos Regionais, de Missões Especiais, de Policiamento de Trânsito, Escolar, Ambiental e entre outros.

Ao Correio, o secretário da SSP-DF, Júlio Danilo, ressaltou que essa é uma ação preventiva. "Nesta época de fim de ano, as pessoas se expõem mais, recebem o 13º salário e saem às compras para preparar as festividades. Então, esse trabalho é importante para que consigamos antecipar o crime e evitá-lo", afirmou.

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Rondas

As equipes escaladas trabalharão todos os dias da semana e aos sábados e domingos, pela manhã, tarde e noite. O trabalho será dedicado, especialmente, às rondas e ao posicionamento de mais militares em pontos de maior fluxo de pessoas e com mais comércios, como é o caso das áreas do Setor Comercial Sul (SCS), Taguatinga Centro e Ceilândia. "A população acaba se expondo mais nessa época. Esse reforço é uma demanda dos próprios comerciantes, que cobram a prevenção da criminalidade", destacou o secretário.

Fabiana Cristina, 41 anos, começou um novo emprego há duas semanas na Quadra 3 do Setor Comercial Sul como operadora de telemarketing. Nesse pouco tempo, a mulher conta que anda assustada quando sai para comprar um lanche ou ir a um local próximo. "Moro em Samambaia, mas confesso que sinto muito mais medo de andar aqui na área central do que lá. A gente que passa aqui todos os dias vê a situação decadente, com muitos moradores de rua cometendo furtos e usando drogas", relata. No começo desta semana, ela presenciou uma colega sendo assaltada por dois homens em situação de rua. As imagens do circuito interno de segurança registraram o ataque dos criminosos, que estavam com facas, em plena luz do dia.

O comerciante Pedro Paulo, 21, trabalha em uma lanchonete na praça central do SCS e fecha o estabelecimento todos os dias às 18h30, depois que a loja foi furtada, há alguns meses. Os criminosos quebraram as grades e levaram o dinheiro do caixa. "A gente sempre traz a TV, por exemplo, mas levamos de volta por medo de deixar aqui. Não é seguro", diz.

Oportunidade

O alvoroço de entra e sai das lojas facilita a ação dos criminosos. Especialista em segurança pública, Leonardo Sant'Anna afirma que, nesta época, o agressor tem a noção da intensa circulação dos comerciantes e do dinheiro movimentado. "As compras de fim de ano chegam a ser maiores do que em quaisquer outras épocas. Consequentemente, há uma chance muito maior daqueles que podem atacar e das potenciais vítimas. Temos, ainda, a famosa teoria da economia do crime, ou seja, tudo aquilo é favorável aos criminosos para poderem atingir os objetivos, no caso o roubo ou furto", esclarece.

Não só os assaltos a mão armada em lojas, mas os furtos a transeuntes ou em veículos também viram potenciais para bandidos. Numa aglomeração intensa de pessoas, por exemplo, o especialista afirma que a possibilidade de pequenos furtos de carteiras ou celulares é alta. Para além das ameaças, a polícia aconselha os cidadãos a se protegerem. Uma das orientações é não deixar bolsas no interior de veículos, evitar mexer no celular no meio da rua, guardar o aparelho em um local seguro, que não seja no bolso de trás da calça, por exemplo. E, em casos de furtos ou roubos consumados, é necessário registrar um boletim de ocorrência na delegacia próxima.

Em nota oficial, a SSP-DF esclareceu que tem atuado na prevenção e repressão de crimes contra a vida e contra o patrimônio por meio do Programa DF Mais Seguro. Além disso, a pasta afirmou que aperfeiçoa os processos de gestão, integrando ainda mais as ações entre as forças de segurança, com o uso da tecnologia e inteligência.

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CRIMES

De janeiro a novembro deste ano, houve redução em quatro dos seis Crimes Contra o Patrimônio (CCPs), no comparativo com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, houve aumento nos roubos em ônibus e nos furtos a transeuntes e em veículos.

Janeiro a novembro*

ROUBO A TRANSEUNTE:
2022: 15.459
2021: 15.525
REDUÇÃO DE -0,4%

ROUBO DE VEÍCULO:
2022: 1.419
2021: 1.888
REDUÇÃO DE -24,8%

ROUBO EM TRANSPORTE COLETIVO:
2022: 616
2021: 568
AUMENTO DE 8,45%

ROUBO EM COMÉRCIO
2022: 589
2021: 832
REDUÇÃO DE -29,2%

ROUBO EM RESIDÊNCIA
2022: 242
2021: 328
REDUÇÃO: -26,2%

FURTO EM VEÍCULO:
2022: 7.330
2021: 6.099
AUMENTO DE 20,18%

FURTO A TRANSEUNTE
2022: 2.165
2021: 1.887
AUMENTO DE 14,73%