Crime

Polícia cumpre 27 mandados por sonegação de R$ 478 mi em impostos

Os investigadores identificaram que os suspeitos se utilizavam de empresas de fachada para emitir notas fiscais frias e circular dinheiro de ilícitos tributários

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpre, na manhã desta quinta-feira (8/12), 27 mandados de busca e apreensão na capital e em outros cinco estados contra um grupo empresarial voltado à área de reciclagem acusado de sonegar mais de R$ 478 milhões de impostos. A polícia identificou que os suspeitos se utilizavam de empresas de fachada para emitir notas fiscais frias e circular dinheiro de ilícitos tributários.

A operação é coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/Decor). Durante as investigações, os policiais descobriram que as empresas de fachada criadas pelo grupo se vinculavam às empresas existentes e mantinham um quadro de funcionários constituídos por “laranjas” que ostentavam um padrão de vida exorbitante e incompatível com os valores movimentados pelas respectivas empresas falsas.

A investigação revelou que o “contrato” de funcionários nas empresas de fachada serviria como uma espécie de blindagem dos reais proprietários do grupo, também atuante no ramo da reciclagem e que se beneficiava do esquema se aproveitando dos créditos tributários ou deixando de pagar os impostos devidos. A dívida tributária chega a um total de R$ 478.624.920,13.

Busca

Mais de 100 policiais civis cumprem os mandados de busca e apreensão no DF, em Minas Gerais, em Goiás, em São Paulo, no Rio Grande do Norte e na Bahia. O grupo criminoso é investigado em, ao menos, oito inquéritos, que estão em curso na DOT, e agem há pelo menos 10 anos na capital.

As medidas visam a consolidação dos elementos já colhidos pela polícia e visam sedimentar a participação de cada integrante do grupo, além de apreensão de bens e valores e identificação de outros envolvidos. Além das buscas, foram decretados sequestro e bloqueio de valores custodiados em contas bancárias vinculadas aos investigados, além da imposição de restrições a vários veículos.

A operação contou com o apoio de policiais civis do Departamento de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Deccor_LD) da Polícia Civil do Rio Grande do Norte; da Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap/Draco) da Polícia Civil do Estado da Bahia; da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Frutal de MG; da Delegacia de Investigações Gerais de Jundiaí de SP; da Delegacia Seccional de Polícia de Rio Claro de SP; da 2ª DP de Anápolis; da Delegacia de Polícia de Silvânia de GO; e da Polícia Civil com atuação no Cira de MG.

No curso da investigação, a DOT contou com auxílio do MPDFT, por meio da Promotoria de Defesa da Ordem Tributária. Os suspeitos são investigados por associação criminosa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, uso de documento falso e falsidade ideológica, podendo pegar até 30 anos de prisão.