O mês de novembro foi marcante para os moradores de uma das regiões mais cosmopolitas e desenvolvidas de Brasília: foi aprovado o estatuto da Rede Cidadã de Taguatinga (Recita). Também foram eleitos os conselhos gestor e fiscal da organização, criada com o objetivo de preservar as praças e reconectar os moradores da Região Administrativa e circunvizinhanças.
O coletivo beneficia a Praça o DI, o Parque União, o Taguaparque e o Parque Boca da Mata. Além de cuidar desses espaços públicos, a Recita visa contribuir para que as pessoas se reconectem umas com as outras, com a cultura da região, com o desenvolvimento econômico, o meio ambiente, com a memória e identidade da cidade.
Segundo o presidente da organização, Felipe Resende, a Recita é, literalmente, como uma rede, sendo os nós dessa rede os espaços públicos. “Em cada ponto, já há pessoas cuidando das coisas. Então, a Recita está unindo grupos que já existem, dando estrutura e fazendo as conexões entre as pessoas que têm os mesmos pensamentos", afirma o jovem.
Em concordância com Felipe, o vice-presidente do projeto, Júlio César Carneiro, ressalta que o foco da associação está nas pessoas e no meio ambiente. “Não basta resgatar as praças, se as pessoas não quiserem se encontrar e formar comunidades. A rede cidadã é isso, ajudar as pessoas a serem cidadãs que saibam conviver e interagir entre si, que tenham responsabilidade não só de preservar a área pública, mas de ter relações humanas e a fraternidade como categoria sociopolítica”, diz Carneiro.
A reunião em que o documento foi aprovado contou com a participação de mais de 50 pessoas comprometidas com a cidade, sendo a maioria delas jovens cidadãos. O Conselho conta com seis membros, sendo três gestores e três fiscais.
Desafios e participação
Taguatinga é uma Região Administrativa do Distrito Federal com forte desenvolvimento econômico, que abriga grandes centros comerciais e que gera uma grande variedade de empregos, atraindo as populações próximas. Apesar de ser conhecida pelo comprometimento dos moradores com a cidade e de ser considerada uma das regiões mais ricas, enfrenta grandes problemas, que a Recita pretende enfrentar.
Ao longo da preparação do estatuto da associação, algumas necessidades tornaram-se relevantes para favorecer o foco nas pessoas e na conexão entre elas, a começar pela acessibilidade das calçadas, da qualificação dos espaços públicos para a convivência social, da valorização da cultura e da memória coletiva, da participação nos conselhos comunitários e da educação para uma cidadania participativa e corresponsável.
Para contribuir com a evolução da cidade, a interação entre os moradores e a preservação do meio ambiente local, a Recita aposta na responsabilidade e na resiliência dos cidadãos.
A associação está aberta a todos que queiram trabalhar para o bem comum e ajudar a cidade a se desenvolver em função dos valores da civilidade, sejam moradores ou não. “Não exigimos que a pessoa se apresente como morador, mas quem vem estudar, trabalhar entra no processo. Ela é bem aberta. A compensação é uma educação cidadã, a fraternidade para nós é a fraternidade universal. Todos são bem-vindos”, enfatiza Júlio César Carneiro.
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