A imagem de Exú, da Praça dos Orixás, amanheceu coberta por uma lona plástica e amarrada com cordas nesta quinta-feira (29/12), no Setor de Clubes Sul. O local, que é usado para celebração de cultos de matriz africana, está sendo utilizado para receber a festa de réveillon.
Sacerdotes e ativistas se manifestaram contra a agressão à imagem do orixá e lembraram que o espaço é público e de uso comum de toda a comunidade. “Realizar uma atividade na Praça dos Orixás prevê ocupar seu espaço com a devida consideração por tudo o que nele está presente. Ou seja, se você não quer se deparar com a imagem de um orixá em seu festejo, não o faça na Praça dos Orixás”, protestou Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos, que organiza atividades culturais no local.
A Yalorixá Mãe Darilene recordou que a praça é constantemente desrespeitada em ataques, mesmo sendo Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. “Além de ser constantemente depredada por racistas religiosos, agora sofre mais essa ação discriminatória. A praça é do Axé. Estamos fartas de tanto descaso”, manifestou.
Outro lado
A Subsecretaria de Relações com a Imprensa do Governo do Distrito Federal (GDF) reiterou, em nota que o caso não é uma agressão. Em nota, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa informou que, há alguns dias, um enxame de abelhas se instalou na escultura de Exú presente na Praça dos Orixás. Como as abelhas estavam atacando os ativistas e visitantes praticantes de religiões de matriz africana, os bombeiros foram acionados, tiraram as abelhas e elas retornam à estátua. Veja a nota na íntegra:
"A Secretaria de Cultura e Economia Criativa informa que, há alguns dias, um enxame de abelhas se instalou na escultura de Exú presente na Praça dos Orixás. Como as abelhas estavam atacando os ativistas e visitantes praticantes de religiões de matriz africana, os bombeiros foram acionados, tiraram as abelhas e elas retornam à estátua. Para segurança do público presente nas festividades do réveillon, optou-se por cobrir a estátua temporariamente e retirá-la do local, enquanto durasse a festa. É importante ressaltar que essa ação foi coordenada com o representante da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira , a pedido dele, para que os festejos afro-brasileiros pudessem ser preservados. Assim que passarem as festividades, a estátua será devolvida ao local".
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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