A Justiça do Distrito Federal decidiu, em audiência de custódia realizada neste domingo (25/12), manter a prisão do empresário George Washington De Oliveira Sousa, 54 anos, acusado de planejar um atentado terrorista próximo ao Aeroporto de Brasília. O bolsonarista deve ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda nesta segunda-feira (26/12).
George foi preso na noite desse sábado (24/12) por investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), no apartamento onde morava de aluguel, no Sudoeste. No imóvel e no carro deles, os policiais encontraram armas, mais de 1 mil munições e artefatos explosivos. Segundo apurado pelo Correio, o plano criminoso orquestrado pelo empresário consistia no uso de equipamentos singulares, incluindo querosene de aviação e dispositivo de acionamento remoto.
Em audiência de custódia, a juíza Acácia Regina Soares manifestou sobre a necessidade da conversão da prisão flagrante em preventiva para a garantia da ordem pública: “[...] busca também assegurar o meio social e a própria credibilidade dada pela população ao Poder Judiciário, vez que os armamentos e artefatos encontrados em posse do autuado possuem grande potencial lesivo, entre elas um fuzil AR10, duas espingardas calibre 12, 30 cartelas de munição 357 magnum, 39 cartelas de munição 9 mm contendo contendo 10 munições intactas não deflagradas, duas caixas contendo 50 munições de 9 mm, entre outros, capazes de causar danos a uma grande quantidade de pessoas e bens”, frisou.
Segundo a magistrada, os fatos caracterizam um risco severo à incolumidade pública. Afirmou, ainda, que o acusado colocou em risco toda a sociedade. “Dessa forma, além do grave risco à ordem pública, também restou caracterizado o risco para a conclusão da instrução processual, razão pela qual não se mostrando suficiente a imposição de nenhuma das medidas cautelares admitidas em lei”, pontuou.
Quem é George
Morador do Pará, George deixou a mulher e filhos na terra natal e chegou à capital em 12 de novembro para fortalecer o movimento dos protestantes acampados em frente ao Quartel-General do Exército (QG). O empresário viajou em uma caminhonete, em que trouxe, no interior do veículo, armas, munições e artefatos. Em Brasília, hospedou-se por um tempo em um hotel da área central. Depois, alugou um apartamento no Sudoeste pela plataforma Airbnb.
O Correio apurou que George ficou na área do aeroporto, entre 22h e 5h de sexta-feira (23/12), até encontrar o melhor ponto para deixar o artefato explosivo. O empresário encontrou um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação (28 mil no primeiro compartimento, e 35 mil no segundo), na Estrada Parque Aeroporto (Epar), em frente à Concessionária V1, e apoiou a bomba no eixo do automóvel.
O artefato seria explodido por meio de um dispositivo remoto. A perícia da Polícia Civil do DF (PCDF) identificou que houve tentativa de detonar a bomba. “Graças a Deus conseguimos interceptar. Não conseguiram explodir, mas a perícia nos relata que eles tentaram acionar o equipamento”, frisou o diretor-geral da PCDF, o delegado Robson Cândido.
Peritos prevêem que seria muito provável que a quantidade de explosivo fosse hábil para romper o compartimento do tanque, mas ainda não há confirmações concretas. No entanto, em caso de rompimento, resultaria na explosão ou em um incêndio de grandes proporções .
Prisão
Na tarde desse sábado (24/12), o Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conseguiu desativar um artefato explosivo encontrado próximo ao Aeroporto de Brasília, por volta de 13h20. O material explosivo foi encontrado dentro de uma caixa por funcionários da Inframérica por volta de 7h45. Os funcionários interditaram parte da pista com cones, e esperaram os policiais militares chegarem.
Com a PMDF no local, uma das pistas sentido ao Aeroporto de Brasília foi interditada. O procedimento para a remoção do objeto, que são duas bananas de dinamite ligadas a um fio, iniciou por volta de 11h55 pelo Esquadrão de Bombas da corporação. Às 13h20, o grupo desativou a bomba, e deixou o local logo após, seguido do CBMDF e da PF.
Em menos de 8 horas, investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) chegaram ao encalço de George. No apartamento e no carro dele, os policiais encontraram um arsenal, roupas camufladas, munições, espingardas e artefatos explosivos. "Ele estava em uma caminhonete, carro próprio, e trouxe os armamentos por lá. Mas as emulsões explosivas foram encaminhadas para ele posteriormente. Será investigado quem enviou, mas de antemão elas são oriundas de pedreiras e garimpos do Pará, mas iremos investigar essa conexão", falou o diretor-geral da PCDF.
No depoimento prestado à PCDF, o empresário confessou que pretendia distribuir armas e munições para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que estão acampados em frente ao QG, caso houvesse necessidade e orientação nesse sentido.
Em depoimento prestado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o empresário bolsonarista George Washington De Oliveira Sousa, 54 anos, preso acusado de planejar um atentado na capital, confessou que pretendia distribuir armas e munições para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que estão acampados em frente ao Quartel-General do Exército (QG).
George foi preso por investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), na noite desse sábado (24/12), depois de tentar explodir uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília. O empresário é morador do Pará e decidiu, ao término do segundo turno das eleições de 2022, deixar a mulher e os filhos na terra natal para vir à capital integrar o grupo que protesta contra a contra a eleição de Lula (PT). No Pará, ele já participava de manifestos semelhantes, mas teria vindo ao DF na intenção de fortalecer o movimento.
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