A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou, na manhã desta quinta-feira (22/12), a terceira fase da operação Huracán, que investiga a promoção de rifas ilegais de carros de luxo e lavagem de dinheiro. A ação resultou na prisão do influenciador digital de Brasília conhecido como Goiano Felype.
Pelo Instagram, Goiano promovia os sorteios de veículos de luxo, assim como faziam os influencers Klebim e Big Jhow (também alvos da operação Huracán). Segundo as investigações conduzidas pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRF/Corpatri), o influenciador havia sido cientificado pela polícia sobre a prática ilegal, mas continuou a com o sorteio de pelo menos dois veículos, além de dissimular os valores arrecadados em contas de “testas de ferro”.
Goiano Felype foi preso na cidade de Uruaçu (GO) por policiais civis do Estado de Goiás, após a Justiça expedir o mandado de prisão preventiva. Na decisão, o juiz Carlos Fernando Fecchio dos Santos apontou fortes indícios de que o investigado está envolvido em crime de lavagem de dinheiro. Ainda segundo o magistrado, “nem mesmo o indiciamento, a publicidade da denúncia oferecida pelo MPDFT com relação a “rifeiros” próximos e a repercussão na mídia nacional sobre as operações relativas às rifas ilegais inviabilizaram a atuação de representado em novos ciclos de lavagem de dinheiro”.
A pedido da PCDF, o magistrado decretou o sequestro de duas caminhonetes preparadas com som e suspensão especiais — uma Ford/F250 e uma GM/S10 – e de um caminhão plataforma, tudo de propriedade do influencer e, supostamente, adquiridos com dinheiro do crime. Também foi determinado o bloqueio do montante de R$ 971 mil das contas investigadas.
O caminhão plataforma e a caminhonete Ford/F250 já foram localizados pela polícia. Segundo as investigações, a caminhonete seria usada no evento Bingo Bell, que ocorreria em Uruaçu nesta sexta-feira (23/12).
Operação Huracán
A repercussão do caso Klebim não foi o suficiente para impedir as rifas irregulares de outros influenciadores. Em 10 de novembro, Elizeu Silva Cordeiro, o Big Jhow, foi alvo da segunda fase da operação. Morador de Minas Gerais e com mais de um milhão de seguidores no Instagram, Big Jhow agia de maneira semelhante a Klebim. Ele entrou na mira da polícia após anunciar o sorteio de uma Lamborghini Gallardo amarela. Além do superesportivo, os policiais apreenderam, em Minas Gerais, uma lancha e um jet ski, no valor de R$ 700 mil. Também foram bloqueados R$ 12 milhões de reais em contas de pessoas físicas e jurídicas. Mesmo após a apreensão do automóvel, Elizeu comunicou aos seguidores, pelas redes sociais, que entregaria a quantia correspondente à Lamborghini ao vencedor. A atitude foi vista como uma afronta à polícia e ao Judiciário. Com isso, a PCDF solicitou à Justiça, em 13 de novembro, a prisão preventiva do acusado. Ele permanece detido.
Nas duas fases da operação Huracán, a polícia constatou que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 20 milhões em dois anos. A Justiça já decretou o sequestro de três veículos Lamborghini e uma Ferrari, avaliados em R$ 10 milhões. Também foram sequestradas duas mansões, uma no Park Way, em Brasília, e outra em condomínio de luxo de Esmeraldas (MG), bem como determinado o sequestrado de valores em conta até o montante de R$ 22 milhões.
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