Só quem já ficou dias sem ter o que comer entende o testemunho de Ana Cristina Rodrigues Silva, 45 anos, que vez ou outra vive a dura realidade. "Passar fome, dói", desabafa. É com o pouco que ganha como catadora e de campanhas como o "Natal Permanente da Legião da Boa Vontade (LBV) — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!" que ela sobrevive e sustenta quatro filhos. A ação acontece até hoje e já distribuiu mais de 50 toneladas em cestas de alimentos não perecíveis para quase 15 mil pessoas que, assim como Ana, enfrentam situações de vulnerabilidade social, vivem em risco alimentar, e esperam pela oportunidade de um Natal digno e mais feliz.
A campanha de Natal organizada pela LBV iniciou a entrega das cestas na sexta-feira. Com o tema "Juntos para vencer a fome!", a iniciativa continua arrecadando doações de alimentos e conta com o apoio de doadores, colaboradores, voluntários, parceiros e a sociedade em geral para entregar mais de 50 mil cestas de produtos em mais de 250 localidades nas cinco regiões do país, entre elas, o Distrito Federal. Na capital, cerca de três mil famílias devem ser beneficiadas, incluindo pessoas atendidas ao longo do ano pela instituição e também as assistidas por organizações parceiras que são assessoradas pela organização.
Mãe de quatro meninos, moradora da chácara Santa Luzia, na Estrutural, Ana reitera a importância de projetos como esse. "Para a minha família, esse tipo de ação é tudo, o que nos sustenta. Eu trabalho, me esforço, mas todo tipo de contribuição é bem-vinda", agradece. Líder comunitária da região, a catadora diz que o Natal é um momento que exemplifica bem o impacto que propostas de cunho social podem gerar em regiões como a Estrutural, em que a insegurança alimentar é uma realidade.
Anjos no Natal
A gestora social Jeane Mendes explica que muitas dessas pessoas vivem em situação de insegurança alimentar grave e moderada nas cidades de Ceilândia, Estrutural, Itapoã, Fercal, Gama, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho e Sol Nascente, além de Águas Lindas, Formosa, Novo Gama, Luziânia, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso, em Goiás. "Temos uma equipe que faz a triagem dessas famílias e todo o acompanhamento ao longo do ano, que inclui o desenvolvimento, a situação familiar. Acabamos de passar por um período muito desafiador no Brasil (pandemia), então, assistentes sociais do serviço acompanham essas famílias ao longo do ano", pondera.
Desempregada, Rafaela Alves Guimarães, 36, moradora da Estrutural e com três filhos, divide a casa com a mãe, dona Maria, 56. Muitas vezes, falta comida. "Não recebo ajuda de ninguém, só do governo, mas não dá pra tudo. É puxado. No dia a dia, sobrevivemos com cestas básicas. O auxílio oficial ajuda a comprar roupa para as crianças, vez ou outra, deixamos para uma emergência. Sem isso, não sei o que seria de nós", revela.
A cesta de alimentos tem valor aproximado de R$ 150 e contém arroz, feijão, óleo de soja, açúcar, café, leite em pó, macarrão, farinha de mandioca, fubá, farinha de milho, achocolatado, extrato de tomate, biscoito de maisena, canjiquinha e sal.
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