NATAL

Escola do Paranoá proporciona presentes e festa de Natal aos alunos

Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá desenvolve projeto que reúne festa e aprendizado. Eles escreveram cartinhas para o Papai Noel e receberam os presentes que pediram

Naum Giló
postado em 16/12/2022 06:00
 (crédito:  Naum Carlos/CB/D.A Press)
(crédito: Naum Carlos/CB/D.A Press)

Os 420 alunos da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (CAP) tiveram a visita do Papai Noel ontem para receber os presentes que pediram nas cartinhas adotadas pela rede de apoio da instituição. O colégio atende crianças de 6 a 10 anos em situação de vulnerabilidade, que vivem no Paranoá, Paranoá Parque e Itapoã.

A diretora, Renata Resende, conta que a ideia do projeto Cartinhas de Natal surgiu depois que a unidade de ensino foi contemplada pelo Papai Noel dos Correios, em 2018. Ao observar que nem todos os estudantes eram contemplados, a escola decidiu promover iniciativa semelhante, ampliando o leque de beneficiados. "Desenvolvemos uma rede de apoio à escola, com amigos dos educadores da instituição, que adotam as cartinhas escritas pelos alunos", explica. "No nosso projeto, nenhuma criança fica de fora e ainda fazemos uma celebração especial, com lanches, brinquedos e muita animação", celebra.

A proposta é divulgada nas redes sociais dos educadores e demais funcionários da CAP. Em muitos casos, o presente recebido por meio do projeto é o único que a criança vai ganhar no Natal, o que deixa a garotada muito alegre. Além disso, é um importante momento no processo de ensino e aprendizagem, porque trabalha com os estudantes assuntos relacionados a gêneros textuais e conceitos como destinatário e remetente. "Fazemos junto aos alunos mais velhos pesquisas de preço dos itens que desejam. Eles sabem que as coisas estão mais caras e pedimos que escolham sempre dois itens: um que seja o sonho deles e outra opção que também queiram, porém mais barata. Ensinamos que está tudo bem não ganhar aquilo que mais desejavam em alguns casos", esclarece a gestora.

O Papai Noel, encarnado pelo ex-professor da escola Willyas Moreira, distribui os regalos por turma. Cachorros-quentes, galinhada e refrigerante são distribuídos na cantina aos participantes da festa. Os estudantes são chamados um a um pelo bom velhinho para pegar o agrado e mostrá-lo aos colegas.

Alihanna Marques Alves e Isabela Vitória Martins Lemos são da mesma turma e ambas têm 8 anos. Outra coincidência entre elas é que receberam o mesmo item na celebração natalina da Comunidade de Aprendizagem: um par de patins. Alihanna garante que tem espaço em casa suficiente para correr com o novo equipamento. "Natal, para mim, é um momento de diversão, de ganhar presentes, e é uma forma de compartilhar carinho com os outros", define a estudante do 2º ano do ensino fundamental. Para Isabela, a comemoração, além de lembrar do nascimento de Jesus Cristo, significa alegria, fazer amizades e, claro, de ganhar presentes. "Eu aprendi a andar de patins com uma amiga. Eu adoro", diz a menina. Tanto ela quanto Alihanna deram como opção um slime (massa viscosa para brincar com as mãos) e um kit de maquiagens.

Alihanna e Isabela comemoram por terem ganhado os patins que pediram
Alihanna e Isabela comemoram por terem ganhado os patins que pediram (foto: Naum Carlos/CB/D.A Press)

 Luiz Fernando, 9, na celebração Natalina da Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (CAP).
Luiz Fernando, 9, na celebração Natalina da Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (CAP). (foto: Naum Carlos/CB/D.A Press)

O aluno do 3º ano Luiz Fernando, 9, é super fã do anime japonês Naruto. Uma das alternativas que ele deu ao padrinho foi uma bicicleta, mas nenhuma euforia foi maior do que a de receber a fantasia do seu desenho animado preferido. Assim que viu, apressou-se em vestir a roupa do Naruto e brincar com os amigos, também contentes com o dia especial. "Natal é tudo para mim. É o aniversário de Jesus. Eu gosto dos presentes e do Papai Noel", revela entusiasmado.

Educação inovadora

A Escola Classe Comunidade Aprendizagem do Paranoá (CAP) foi fundada em 2018 e foi idealizada por um coletivo de educadoras da Secretaria de Educação do Distrito Federal com o objetivo de fazer uma instituição onde as crianças tivessem um processo de aprendizagem diferente das outras unidades da rede pública. "O que vivíamos antes eram escolas nas quais os alunos detestam estar e que aplicam conteúdos de forma desligada às realidades que eles vivem, o que é frustrante para os educadores", analisa a diretora Renata. Para transformar o plano em realidade, os membros do coletivo buscaram o apoio da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB) e do professor José Pacheco, da Escola Básica da Ponte, em Portugal.  

Na comunidade, o método é trabalhar os temas vinculados ao dia a dia dos alunos, com algo que lhes interessa, sem abrir mão do currículo obrigatório. "Uma vez, quando eles estavam em um passeio à biblioteca, depararam-se com um parquinho destruído no caminho. A partir dali, discutimos sobre administração pública. Juntos fizeram uma carta ao administrador do Paranoá pedindo a reforma do local, objetivo alcançado com sucesso", relata Renata. "A educação é um instrumento de transformação da realidade", conclui.

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