Prejuízo

Jovem tem "carro do avô" destruído por bolsonaristas durante vandalismo

O estudante Gabriel Marques, 21 anos, saiu de um escritório de advocacia, onde trabalha, viu o carro depredado e, em seguida, incendiado. Veículo foi herdado por ele do avô, morto em abril deste ano. "Um dia para ser esquecido", afirmou.

Pedro Marra
postado em 13/12/2022 01:38 / atualizado em 13/12/2022 01:38
Jovem tem carro incendiado durante vandalismo de bolsonaristas no centro de Brasília -  (crédito: Arquivo pessoal)
Jovem tem carro incendiado durante vandalismo de bolsonaristas no centro de Brasília - (crédito: Arquivo pessoal)

Durante protestos antidemocráticos de bolsonaristas extremistas, no centro de Brasília, o carro do estudante de relações internacionais Gabriel Marques, 21 anos, foi apedrejado nos vidros dianteiros e traseiros e, em seguida, incendiado por vândalos. O jovem afirma que teve perda total com o Fiesta Sedan de cor cinza — apenas com as ferragens à mostra —, estacionado em frente ao edifício-sede da Polícia Federal (PF). “Hoje foi um dia para ser esquecido, porque eu não esperava isso”, lamenta. 

  • Jovem tem carro incendiado durante vandalismo de bolsonaristas no centro de Brasília Arquivo pessoal
  • Jovem tem carro incendiado durante vandalismo de bolsonaristas no centro de Brasília Arquivo pessoal
  • Jovem tem carro incendiado durante vandalismo de bolsonaristas no centro de Brasília Arquivo pessoal
 

Gabriel relata que decidiu sair uma hora depois do fim do expediente em um escritório de advocacia, no Setor Hoteleiro Norte (SHN), onde trabalha até as 19h. Direto de casa, em Vicente Pires, ele iria palestrar em um evento on-line. “Eu estava super animado porque trabalhamos com relações governamentais e estive envolvido em vários projetos”, conta.

Ao descer do prédio, Gabriel viu o veículo com os vidros da frente quebrados e alguns jornalistas por perto. “Me explicaram o contexto da manifestação e entrei em contato com um tio meu para ajudar com um guincho, porque estava tudo quebrado e eu não conseguia enxergar quase nada em volta”, relembra o estudante.

Quando o rapaz conseguiu falar com o tio por telefone, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) jogou bombas de efeito moral no meio da multidão, na via N2, no SHN. Logo depois, os próprios manifestantes começaram a bloquear a rua e Gabriel acompanhou a confusão de longe.

“Dentro de 10 minutos, eu estava acompanhando de longe e percebi que o meu carro começou a pegar fogo. Até então, estavam incendiando lixo e contêineres no meio da rua”, relembra o estudante. 

Confira abaixo um vídeo de como ficou o veículo.

Por volta das 22h30, um amigo, que mora no Sudoeste, buscou Gabriel em frente ao Edifício Brasil 21, na Asa Sul, perto do Parque da Cidade. Para isso, o jovem teve que atravessar o outro lado do Eixo Monumental a pé. No caminho, o estudante relata ter visto mais atos de vandalismo. Segundo ele, havia pessoas encapuzadas que quebraram vidros de prédios e apedrejaram mais veículos.

Carro herdado do avô

A perda material não foi a única para Gabriel. O Fiesta Sedan foi herdado por ele do avô, Expedito Marques, que morreu aos 84 anos, em 4 de abril deste ano, de infarto fulminante. Ele usava o veículo até conseguir comprar um automóvel próprio. “Tive perda total, um sentimento de tristeza muito grande com o carro totalmente destruído e irreconhecível. Foi um sentimento de perda pessoal, com valor afetivo muito grande”, conclui o jovem.

Gabriel registrou boletim de ocorrência on-line na Polícia Civil do DF (PCDF) por dano patrimonial.

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