Líder do grupo G com 6 pontos, a Seleção Brasileira encara a Coreia do Sul, nesta segunda-feira (05/12), às 16h, pelas oitavas de final da Copa do Mundo Qatar 2022. Com uma extensa comunidade em Brasília, o país asiático conta com uma forte torcida na capital. Na Embaixada da Coreia do Sul, a transmissão da partida reunirá membros das duas nações, em harmonia. "A Copa do Mundo é um festival de todos e para todas as pessoas. O Brasil é um forte candidato ao título e estou feliz que jogará com a Coreia. Espero que, juntos, façam uma boa partida", torce o embaixador Lim Ki-mo. "As duas equipes fizeram uma grande trajetória até aqui e serviu como uma oportunidade para aprofundar ainda mais a relação entre os dois países", complementa.
Apesar do favoritismo da Seleção Brasileira, o embaixador acredita numa possível vitória da Coreia. "Estou muito orgulhoso pela classificação da Coreia para as oitavas de final, e é verdade que o Brasil leva vantagem, mas acho difícil de prever o resultado", opina. Se a zebra ocorrer, o Brasil será eliminado na fase de oitavas de final pela segunda vez na história do torneio. A última ocasião foi na Copa da Itália, em 1990, para a Argentina de Maradona. A Canarinho perdeu para os argentinos por 1 x 0, com gol de Caniggia, feito ainda lembrado pelos hermanos.
Será no evento que a brasileira Alessandra Alves Pinheiro Pires, 49 anos, e a sul-coreana Younjung Kim, 34, assistirão à partida. As duas têm uma relação de mãe e filha desde 2015, ano em que se conheceram na Embaixada da Coreia do Sul — Kim trabalha como secretária do embaixador e Alessandra é funcionária administrativa. "Eu era uma pessoa bem fechada e negativa. Porém, com a convivência com os amigos brasileiros, me tornei uma pessoa mais alegre e positiva. Quem me influenciou bastante é a Alessandra. Quando não me adaptava no meu trabalho e no Brasil, ela me encorajou, ajudou no idioma e me acolheu com todo coração", relembra Kim.
A sul-coreana revela que, em momentos difíceis de adaptação, a amiga esteve ao lado dela. "Muitas vezes, eu quase desisti de morar aqui e toda vez o conselho da Alessandra me ajudou a pensar novamente e segurar firme. Acho que é importante ter alguém que pode dar uma diretriz para não escolher um caminho errado no momento que você perde a visão na sua vida. Quero continuar a ficar do lado dela, como uma filha especial do coração", declara.
Para Alessandra, que chama Kim carinhosamente de Tará — versão aportuguesada da palavra "filha" em coreano —, a relação das duas se resume a muito afeto e respeito. "Não tive a benção de ter filhos sanguíneos, mas Deus me presenteou com uma linda jovem coreana, de temperamento forte e amorosa. O amor aqui não está limitado à geografia, oriente e ocidente e nem às diferenças culturais", argumenta.
Apesar da relação próxima, quando se trata do jogo de hoje, as duas ficarão em times diferentes. Younjung Kim garante que a torcida será pela Coreia do Sul, mas teme a força do time do Brasil. "Fiquei tão feliz quando a Coreia se classificou para as oitavas de final, mas, logo depois, fiquei triste, porque não demos sorte no chaveamento das partidas e vamos jogar contra o Brasil, que é o time que está em primeiro lugar no ranking da Fifa", lamenta. Caso a seleção asiática perca o jogo, Kim afirma que continuará torcendo pela "pátria do coração". "Estou até preparada com uniforme e meia da Seleção do Brasil", conta.
Alessandra também se frustrou com o confronto precoce entre os dois times. "Gostaria que Brasil e Coreia tivessem se cruzado bem mais adiante", diz. "Respeito e admiro muito a Coreia, mas sou carioca e corre sangue brasileiro em minhas veias. Vestirei a camisa verde e amarela, mas convicta de que, independente do resultado, o amor não se divide, se multiplica. Se o Brasil ganhar, estarei em êxtase e, se perder, minha frustração com certeza estará bem amenizada", assegura.
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Pelos bares, otimismo e clima de festa
A derrota de 1 x 0 no último jogo, contra Camarões, não desanimou os torcedores brasilienses. Nos locais pela cidade em que as partidas da Copa estão sendo transmitidas, a maioria das pessoas presentes acredita que a equipe canarinho vai passar pelos asiáticos, no estádio 974, em Doha, mas por um placar apertado. A promessa é de bares e restaurantes cheios e enfeitados para receber o público, assim como nas três primeiras partidas do Brasil no torneio.
A secretária Graziela Oliveira, 40, confessa que não costuma acompanhar futebol, mas em período de Copa do Mundo vai para os bares torcer pela Seleção Brasileira. Hoje, ela deve ir para um bar curtir a festa durante a partida e espera ver uma vitória da Canarinho por 2 x 1 contra a Coreia do Sul. "Vai ser sofrido, mas o Brasil vai passar", crava a moradora de Taguatinga Norte.
Enquanto acompanhava a um dos jogos das oitavas de final, em um bar na quadra 408 da Asa Norte, o analista de comércio internacional Marcos Bento, 24 anos, conversava com o amigo Gustavo Vale, 41, sobre o resultado da partida de hoje do Brasil. "Neymar volta e vai ser 2 x 0 para o Brasil", afirmou. Já Gustavo acredita em uma vitória apertada de 1 x 0, porque os sul-coreanos têm um time forte. "Não acho que vai ser tão fácil, porque é uma Copa cheia de zebras. Aposto em um gol do Neymar, se ele jogar, ou do Richarlison. Não estou confiante para que o Brasil leve a Copa, mas este jogo, sim", apostou o engenheiro eletricista.
A vendedora Nicole Moreira, 26, brinca que trabalhou em todos os jogos do Brasil nesta Copa do Mundo, mas conseguiu acompanhar os lances durante o serviço. Para ela, a Seleção tem capacidade para passar de fase contra os sul-coreanos por um placar de 3 x 2, e levantar a taça. "Sou muito de sentir a energia do clima. Por isso, acredito que o hexa vem", vibra. Moradora da Asa Norte, ela tem notado um ambiente de confraternização nas ruas após o período de eleições. "A Copa veio para resgatar essa união, mesmo com a resistência de alguns. Acredito que tenha apaziguado a situação", analisa.
O consultor de academia João Victor Andrade de Ávila, 31, acha que o jogo promete ser duro para os jogadores brasileiros porque a Coreia do Sul é uma seleção rápida. "Eles vêm de uma vitória de virada contra Portugal, mas o Brasil tem mais time. Então, aposto em um 2 x 0 para o Brasil com gols de Richarlison e Vinícius Jr", adianta. Ele acredita que a derrota para Camarões serviu como um choque de realidade no time de Tite. "Estávamos vindo bem como a seleção favorita ao título, mas vamos voltar aos eixos agora. Acredito que o jogo vai fluir com um gol em cada tempo. Mas não vai ser fácil, porque eles vêm em clima de oba oba", opina João Victor.
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