Do apito inicial até o primeiro gol do Brasil na Copa do Mundo do Qatar 2022, passaram-se 62 minutos e, no Distrito Federal, a torcida que acompanhou a estreia da seleção canarinha no campeonato mundial ficou bastante apreensiva durante esse intervalo de tempo. Quando Richarlison inaugurou o placar, aos 17’ da etapa final, os brasilienses que lotaram bares e outros pontos da capital — ou até mesmo se reuniram em casa — explodiram de alegria para comemorar.
Foi o caso de uma família do Gama que, com direito a um bandeirão verde e amarelo na fachada de um prédio, acompanhou a estreia do Brasil com amigos no terraço do edifício. O grupo, formado por 15 pessoas vestidas com camisa da Seleção Brasileira, levou tambor, pula-pula e cornetas para agitar o clima durante os gols do time. E nem o cachorro uniformizado escapou do clima contagiante. Com a tradição de se reunirem no local desde a Copa de 2002 — ano da conquista do pentacampeonato —, a dona da casa, Consuelo dos Santos, 56 anos, disse considerar especial o momento de reunir pessoas próximas para assistir a partida. "Vêm amigos e outras famílias, o que é um privilégio, porque poucas pessoas têm isso", comentou a torcedora. Outra moradora do edifício, Liliane Santos, 43, estava tensa no começo do jogo quando o time do Brasil tentava abrir o placar. Para ela, o Brasil fez uma boa estreia, mas precisa fortalecer o lado emocional durante o jogo. "O problema da Seleção Brasileira é o psicológico, mas acho que a gente leva a Copa, porque o elenco está muito bom nesta edição", opinou.
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Nos bares
O pequeno Noah Gabriel, de 1 ano, é considerado o talismã da família de Rayssa Caroline, 20, mãe do menino. Ela detalhou que o bebê "acompanhou" toda a trajetória da Seleção Brasileira para se garantir na competição do Catar. “Se ele for tão ‘pé quente’ quanto era quando estava na minha barriga, a gente leva o hexa”, brincou Rayssa, que torceu pelo Brasil em um bar do Sudoeste.
Em Águas Claras, Sofia Thomas, 18, acompanhou o jogo de estreia brasileira, em um bar da região, com alguns amigos. “Na última Copa, tinha só 14 anos. Agora que tenho uma noção e me reuni com meus amigos, estou gostando bastante”, comentou. Depois do jogo, uma palavra resumiu o sentimento dela: felicidade. “Estou ansiosa para o segundo jogo. Não sei onde vou ver, mas sei que nesse estreamos com pé direito”, comemorou. Amiga de Sofia, Ana Luiza, 18, foi a caráter para assistir à partida. Enrolada em uma bandeira do Brasil, ela acompanhava atentamente todos os lances e observou que o primeiro tempo foi parado, por conta da estratégia do time adversário. “A Sérvia ficou mais na defensiva. Mas, no segundo tempo, o Brasil se animou e saíram dois gols bem bonitos”, comentou.
Diplomacia
Bancária nascida no Piauí e moradora de Brasília, Alceane Dimitrijevic, 43, assistiu à partida com a família na Embaixada da Sérvia. A escolha do local foi por causa da nacionalidade do marido, Branko Dimitrijevic, 48, motorista de aplicativo. A convite da encarregada de negócios e chefe de missão da sede diplomática do país europeu, Jelena Blazevic, o casal compareceu ao local com os filhos Marko, 3, e Sofia, 6.
Em uma família de origem mista, Alceane explica que as crianças ficam em dúvida quanto à escolha da torcida, mas sempre foram livres para decidir. "Nossos filhos entendem que podem ficar felizes se qualquer um dos dois países sair vencedor", contou. O marido sérvio parabenizou o Brasil pela vitória. "Se a Sérvia for eliminada, torcerei para a Seleção Brasileira nos próximos jogos, com certeza", declarou Branko.
Engarrafamento e blitze
Boa parte da população foi dispensada dos trabalhos no início da tarde para acompanhar a estreia da Seleção Brasileira no Catar. Antes do jogo, a volta para casa do foi marcada por engarrafamentos em diferentes pontos do Distrito Federal, como no Eixo Monumental, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA) e na Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG).
Para após o jogo, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) programou duas blitze da Lei Seca para o Plano Piloto. Uma aconteceria no Eixinho Sul, mas não chegou a ser montada. A chuva estava forte e o etilômetro, equipamento utilizado para detectar a presença de álcool no organismo do condutor, não funciona se estiver molhado. A outra blitz chegou a ser montada na entrada do Sudoeste, mas as abordagens duraram cerca de 20 minutos. Assim que começou a chover no local, a blitz foi desmontada. No entanto, mesmo com poucas abordagens feitas, três condutores foram autuados por alcoolemia, após se recusarem a assoprar o aparelho. Segundo o Artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), recusar o teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa é considerado infração gravíssima.
Próximos jogos do Brasil
Brasil x Suíça
Segunda-feira (28/11), às 13h*
Brasil x Camarões
Sexta-feira (2/12), às 16h*
*horário de Brasília
*Estagiários sob a supervisão de Patrick Selvatti
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