A volta das aglomerações levam a população novamente a um estado de alerta em relação à covid-19, de acordo com a infectologista Joana D'Arc Gonçalves. Em entrevista à jornalista Carmen Souza no programa CB Saúde — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quinta-feira (17/11), a profissional alertou para a importância de a população completar o ciclo vacinal e manter as medidas preventivas, como o uso de máscara e de álcool em gel. A médica explicou que as pessoas que mais são internadas em decorrência da covid-19 são aquelas que não se vacinaram.
“A gente tem visto que quem mais se hospitaliza continua sendo quem não se imunizou, quem não completou o esquema vacinal, quem não fez os reforços. Depois, temos aquela parcela da população que tem comorbidades, doenças crônicas — os cardiopatas, pessoas com sistema imunológico mais debilitado, doenças imunossupressoras. E esses indivíduos, mesmo que façam esquema vacinal correto, têm uma capacidade menor de desenvolvimento de anticorpos. Então, eles podem ter o risco maior de hospitalização”, explicou.
Apesar de haver uma desconfiança de parte da sociedade com relação à eficácia das vacinas devido a novas variantes, a infectologista esclareceu que os imunizantes continuam fazendo efeito e que é preciso completar o ciclo vacinal. “Com o tempo, a nossa capacidade de resposta diminui, tanto que podemos vir a nos infectar de novo. Mas, mesmo com essa perda parcial de eficácia, a diminuição da quantidade de hospitalizações e esse respiro que a gente tem é graças a essas vacinas. Tanto que o nosso cenário mudou depois delas e os problemas que a gente tem são por causa de quem não se vacinou e do grupo de vulneráveis”, apontou a médica.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) alertou a população, na quarta-feira (16/11), informando que as Américas sofrem uma tripla ameaça: aumento de casos de covid-19, influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Conforme a OPAS, isso pode ter um impacto na hospitalização. Na entrevista, a médica Joana D'Arc lembrou ainda do aumento da incidência de dengue no DF.
Entre 2 de janeiro e 1º de outubro de 2022, foram registrados 66.834 casos prováveis da doença na capital do país — um número 398% maior do que os 12.882 infectados em 2021. “O mosquito da dengue é o maior vilão do mundo. É o vetor que mais infecta pessoas e é responsável pela transmissão de diversas doenças. Nesse período chuvoso, é o momento de aumento dessas doenças”, observou. "As situações das crianças complicam mais, têm outras infecções respiratórias que aumentam nesse período. Por isso, a gente insiste: atualize a carteira do seu filho. Não só com a vacina da covid, mas de outras doenças que são preveníveis”, completou a médica.
Joana D'Arc chamou atenção para a importância de outras medidas preventivas. “O uso de máscara vai ficar pra sempre em nossas vidas. Se eu tenho algum sintoma respiratório, se eu passei por um ambiente onde tinha um sintomático e existe a possibilidade que eu tenha me infectado, eu tenho, obrigatoriamente, que utilizar a máscara para proteger os meus familiares e o próximo”, pontuou. “De máscara ou sem, é importante colocar a mão sobre a boca ao espirrar”, finalizou.
Saiba Mais
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.