Saúde

Brasília sedia a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena

Evento, que teve início na segunda-feira (14/11), tem previsão de receber mais de 1,7 mil participantes representantes dos povos originários em todo o Brasil.

O Distrito Federal sedia a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (CNSI). O evento, que teve início na segunda-feira (14/11), deve receber mais de 1,7 mil participantes representantes dos povos originários em todo o Brasil para ajudar a atualizar a Política Nacional de Saúde Indígena (Pnaspi). 

A nova política vai redefinir as diretrizes e efetivar as particularidades étnicas e culturais no modelo de atenção à saúde dos povos indígenas. As decisões serão tomadas a partir do voto direto de 1,3 mil delegados das aldeias e comunidades indígenas do país. 

Na abertura do evento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relembrou as visitas que fez às comunidades indígenas. Queiroga citou o Posto Leonardo, no Alto Xingu, como exemplo de local onde a atenção primária à saúde acontece com consultas oftalmológicas, procedimentos odontológicos e assistência com apoio de telessaúde.

"Essa política pública precisa ser ampliada e, para isso, cada centavo, recurso público que chega à Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai) tem que chegar para as comunidades indígenas brasileiras. A gente sabe que tem ameaças de esses recursos não chegarem aos seus verdadeiros donos, os nossos indígenas", disse. 

O Ministério da Saúde ressalta que a 6ª edição da Conferência faz parte da etapa final de um trabalho que começou com 302 conferências locais e outras 34 distritais, realizadas entre outubro e dezembro de 2018. 

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As propostas estão divididas entre sete eixos temáticos: a articulação dos Sistemas Tradicionais Indígenas de Saúde; criação do Modelo de Atenção e Organização dos Serviços de Saúde; Recursos Humanos e Gestão de Pessoal em Contexto Intercultural; Infraestrutura e Saneamento; Financiamento; Determinantes da Saúde; Controle Social e Gestão Participativa.

O Secretário-Geral da 6ª CNSI, William Uwira Xacriabá, ressalta que "as vozes dos parentes têm força e precisam ser ouvidas. A conferência é o momento do indígena se fazer presente e garantir uma saúde de qualidade para nosso povo". 

William também destaca que o evento tem o objetivo de aprovar as diretrizes que subsidiarão as ações de saúde locais e distritais, além da reformulação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

Homenagem

Nesta terça-feira (15), a abertura do evento foi marcada pela entrega da comenda Maninha Xukuru Kariri. A homenagem reconheceu três personalidades brasileiras que contribuíram na luta por direitos e melhorias da saúde dos povos indígenas brasileiros. 

Entre os homenageados estavam: Ailson dos Santos (Yssô Truká), no segmento usuário; Maria do Carmo Andrade Filha (Carmem Pankararu), no segmento trabalhador e Ubiratan Pedrosa Moreira, na categoria gestor.

Etelvina Santana da Silva, mais conhecida como Maninha Xukuru Kariri, nasceu em 1966, na aldeia Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, localizado no interior de Alagoas. Ela é reconhecida como uma das grandes lideranças indígenas ao combater o preconceito na condição de mulher e indígena. 

Maninha foi a única mulher em meio a tantos caciques e líderes indígenas. Em 2000, ela chegou a ser indicada pelo projeto "1000 Mulheres" ao Prêmio Nobel da Paz. 

Morreu em outubro de 2006. Em 2007, recebeu, in memoriam, o prêmio Renildo José dos Santos, destinado aos que se dedicam à defesa dos direitos humanos. Maninha foi agraciada na categoria Defesa da Identidade Cultural.

Com informações da Agência Brasil

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