Completa, nesta segunda-feira (14/11), 20 dias do sequestro do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, 31 anos, que desapareceu na noite de 26 de outubro ao sair de uma igreja em Ceilândia Norte. O caso ronda de mistérios e segue permeado de dúvidas. A Divisão de Repressão a Sequestros da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRS/Corpatri) é a responsável pelas investigações.
Em 26 de outubro, Daniel, morador de Samambaia, saiu de casa para ir até o Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes. De lá, ele tinha marcado um encontro com a ex-companheira. O casal buscava uma reconciliação. No entanto, ao sair da igreja, o empreiteiro foi abordado por, ao menos, duas pessoas que estavam em um outro carro. Eles simularam uma batida na Amarok que Daniel estava.
Depois disso, Daniel enviou mensagens de texto para o WhatsApp da ex falando que teria batido o carro e precisava resolver uma situação. Por volta das 19h30 do dia 28, o empreiteiro enviou uma última mensagem, dessa vez em forma de áudio. Na gravação, o homem disse que estava sendo ameaçado e, em seguida, falou que amava ela, a mãe e o filho.
Investigação
Antes de desaparecer, Daniel recebeu uma transferência no valor de R$ 120 mil referente à venda de uma casa. Nas redes sociais, o empreiteiro costumava publicar fotos com a caminhonete Amarok e com cordões e pulseiras de ouro. Segundo a ex-companheira, no dia que sumiu, ele usava peças avaliadas em cerca de R$ 30 mil.
O Correio apurou que a caminhonete de Daniel, que dispunha do equipamento de rastreio, registrou, até a noite do dia seguinte (27/11), os pontos por onde o carro passou: em Taguatinga Norte, no Entorno do DF e em Santa Maria. O rastreador, no entanto, foi desligado do carro por volta das 23h20, segundo relato da ex-mulher.
A reportagem também revelou, em primeira mão, que dois suspeitos foram presos por suposto envolvimento no sequestro. Um deles teria organizado a mudança dos móveis da casa de Daniel, de Samambaia para uma residência em Goiás. Todos os móveis foram levados do local, inclusive os armários. Restaram apenas um guarda-roupas e um cooktop.
Uma testemunha contou à polícia que chegou a ver um dos suspeitos descendo da Amarok e, no banco do motorista, um outro homem moreno ainda não identificado, em Goiás. Para os advogados Hellen Costa e André da Mata, responsáveis pela defesa do preso, Daniel seria a pessoa que estaria dentro do veículo e que este seria o único fato que ligasse o cliente ao caso. Para a polícia, não há evidências de que fosse o empreiteiro dentro da caminhonete.
Ao longo dos dias do desaparecimento de Daniel, a polícia constatou transferências de valores distintos feitos pela conta da vítima para outras contas. A maior delas foi no valor de R$ 5 mil. A conta de Daniel, que tinha R$ 120 mil da venda da casa, foi totalmente esvaziada. Para a polícia, não há dúvidas de que o sequestro foi planejado.
Saiba Mais
Confira, abaixo, o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.
1 - Quem era a vítima?
Daniel Carvalho da Silva, 31 anos, empreiteiro, morador de Samambaia e pai de um menino pequeno.
2 – Qual foi a última vez que Daniel foi visto?
Na noite de 26 de outubro, quando saía do Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes. Após isso, ele iria encontrar a ex-mulher em um ponto próximo
3 - Qual foi a última vez que Daniel entrou em contato com a família?
Na noite de 28 de outubro, quando enviou duas mensagens em forma de áudio para a ex-companheira. Em uma delas, Daniel disse que estaria sendo ameaçado e precisaria resolver um problema. Na outra, disse que amava a ex, o filho e a mãe. Depois, o celular só dava desligado.
4 - Quem são os suspeitos presos?
Os nomes não foram divulgados pela polícia. Um deles teria feito a mudança de Daniel de Samambaia para uma casa em Goiás. O outro, teria recebido valores transferidos da conta de Daniel.
5 - O que disseram os suspeitos à polícia?
Em depoimento, os dois negaram envolvimento com o sequestro. Um deles, que disse ser amigo de Daniel, justificou ter feito a mudança dos móveis porque o próprio Daniel teria pedido ajuda para “sumir”, pois estaria devendo para agiotas.
6 - E o paradeiro de Daniel?
Até o momento, o empreiteiro não foi localizado.
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