Após serem resgatados do Abrigo Gatil de Luz e Violeta, no dia 21 de outubro de 2022, 350 cães e gatos foram levados até o Centro de Controle de Zoonoses de Valparaíso (GO). Porém, com a chegada de centenas de animais, o local, que não tinha estrutura capaz de comportar tantos pets, deixou a situação dos bichos pior.
Moradores da região se sensibilizaram com as condições ruins dos gatos e cachorros que vivem no local. Um grupo denunciou o caso ao Ministério Público de Goiás (MPGO), que foi notificado e relatou que a promotora que atua no caso informou que esteve reunida esta semana com o secretário de Meio Ambiente do município, para falar sobre o caso. “Ele informou estar providenciando a instalação de novas baias e espaço adequado para alojamento dos animais que foram recolhidos e que estão no centro de zoonoses. Os animais serão testados, separados os doentes dos sadios e tratados os doentes. Os animais também serão castrados” relata.
A vice-presidente da Comissão de Direitos Animais da Seccional da Ordem dos Advogados do Distrito Federal (OAB-DF), Ana Paula de Vasconcelos, explica que o Centro de Zoonoses não tem estrutura necessária para receber tantos animais dessa forma, mas que estão acompanhando o caso e formando vários grupos de voluntários para ajudar. ”Já foram retirados muitos animais, estimo que setenta gatos já saíram de lá. E cães foram em menor quantidade, acredito que uns quinze a vinte animais. Detectadas falhas e as necessidades de adequação do local, eu fiz alguns apontamentos através de um documento encaminhado ao secretário do meio ambiente a ao Ministério Público, a terceira promotoria do Valparaíso” diz.
A advogada explana que, uma vez sob tutela do Estado, um bicho precisa viver com dignidade. “Me reuni com o Ministério Público. Eles têm acompanhado também de perto, mas o importante, a partir do momento que estão sendo tratados pela zoonoses, eles estão tendo visibilidade e com isso as chances deles sobreviverem, serem encaminhados para uma família, se tornaram maiores. Ao passo que, se eles tivessem na casa do acumuladora, eles continuariam morrendo a míngua, como isso vem acontecendo já há algum tempo e já foi alvo de diversas denúncias” completa.
Ana Paula avalia que a chegada dos animais na zoonoses, apesar de não ser o local ideal, é uma possibilidade que eles têm pra serem adotados. "Todos os animais já vieram extremamente doentes do local. Eu mesma retirei nove filhotes, quatro já vieram a óbito. Não sei se nós vamos conseguir salvar os outros em razão do ambiente insalubre, desnutrição, desidratação e inúmeras doenças que eles tinham. Porém, agora, no Centro de Zoonoses, nós precisamos cada vez mais adequar o local, mão de obra, estrutura para necessidade deles. Nós estaremos sempre cobrando das autoridades envolvidas”, conclui a advogada.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
Saiba Mais
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.