A junção de Black Friday, Copa do Mundo e Natal vai resultar na criação de 3,5 mil novos postos de trabalho para atender a alta demanda dos clientes neste período do ano. Segundo a Fecomércio, autora da pesquisa, a expectativa é que esse tipo de contratação aumente 61% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 1,8 mil vagas temporárias. De acordo com o levantamento, os setores que mais devem contratar são o de minimercados, supermercados, padarias, lojas de calçados e de eletrônicos.
Na avaliação do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio), José Aparecido, os números ajudam a orientar a tomada de decisões dos empresários e ainda indicam, ao fim do período festivo, a chance de contratação efetiva dos temporários. "Cerca de 50% dos contratados podem ser efetivados, já que muitos empregos foram perdidos durante a pandemia e as empresas estão voltando a investir no quadro de funcionários", salienta.
Com as boas expectativas do setor, Eleni Costa, proprietária da loja de calçados, bolsas e acessórios femininos de mesmo nome, pretende contratar mais três funcionárias. "Uma delas começou esta semana e já está trabalhando", detalha. Eleni conta que a expectativa para o período é alta. "Estou fazendo diversos sorteios para chamar a atenção dos clientes, e na sexta e sábado durante este mês, tem o esquenta Black Friday. Além disso, para garantir as boas vendas também focamos no bom atendimento e em brindes", comenta.
A primeira recém contratada na loja de calçados é Maria de Lima, de 56 anos e moradora de Ceilândia. "É difícil as lojas chamarem a gente por conta da idade e aqui está sendo muito bom! Eu já tinha trabalhado outras vezes com vendas e estou gostando bastante. É mais perto da minha casa também, não fica tão perigoso", avalia. Questionada sobre as chances de continuar no serviço no próximo ano, Maria confessa que pretende se esforçar para garantir a vaga efetiva no emprego.
Comércio local
A contratação temporária de funcionários auxilia na própria movimentação da economia, segundo acentua Sebastião Abritta, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista). "Geração de emprego significa geração de consumo", defende. Sebastião acrescenta que a demanda neste fim de ano é alta principalmente no setor de vestuário e calçados. "O que eu diria para a população de Brasília, que acho que é o mais importante, é que nestas festividades eles comprem nas nossas lojas da capital. Ajudem a girar a nossa economia e manter o nosso comerciante. Isso faz muita diferença. E também é positivo para o próprio cliente, pois diferente da compra on-line, na loja física ele experimenta a roupa e troca a peça, se necessário", defende.
A loja de moda praia Segundo Elemento, do JK Shopping, já costuma ter no fim do ano o melhor período de vendas. Neste último bimestre, a gerente da unidade, Paula Souza, confessa que a expectativa está sendo ainda maior. "Novembro, dezembro e janeiro são os três meses que mais esperamos durante o ano, porque junta as férias e o verão, e é o nicho de roupas que vendemos. Mas este ano esperamos que seja até mesmo melhor que em 2021, que já foi muito bom para a nossa loja", conta Paula Souza. A gerente acrescenta que pretende contratar três funcionárias para dar conta da demanda. "Queremos ter uma equipe bem redonda para dar atendimento a clientela", confessa.
A gerente da loja, Brenda Trindade, de 21 anos, é moradora de Ceilândia e foi contratada temporiamente. Sobre a experiência na loja, ela confessa: "está sendo bem tranquilo, estou gostando bastante". Brenda procurou por cerca de uma semana emprego nas lojas de shopping, e detalha que muitos comércios estão precisando de novos funcionários. "Cheguei a fazer quatro entrevistas de emprego, está tendo muito procura", pontua.
O setor de eletrônicos é outro que ganha destaque com a chegada das festas natalinas. Henrique Silva, gerente da Casa do Celular, conta que, no fim do ano, é o período em que a loja costuma bater supermetas de vendas. "Muitas pessoas dão presentes celulares e isso ajuda demais no movimento. E claro, todo cliente que chega aqui na loja a gente escuta a demanda, identifica a necessidade real, ver qual aparelho que vai suprir o que ele precisa, e o orienta sobre a melhor escolha", frisa. Henrique cita que pretende contratar, até dezembro, mais dois funcionários para dar conta do fluxo de atendimento. "Esperamos um grande movimento, principalmente porque as pessoas recebem o 13º salário", reforça.
Superintendente do JK Shopping, Eliza Ferreira conta que, ao todo, a unidade espera fechar o ano com 35% a mais de vendas em relação a 2021. "O tráfego de pessoas também está com expectativa de crescimento, de 20%. Isso porque investimos no empreendimento, fizemos melhorias no prédio, aumentamos a nossa oferta de produtos e serviços e isso tudo colaborou no cenário positivo", explica.
Segundo o levantamento feito pelo shopping, os lojistas devem contratar entre 160 a 200 pessoas para este fim de ano, em vagas temporária. O aquecimento econômico é visto como positivo não apenas para os comerciantes, mas também para quem procura emprego. Breno Fábula Oliveira, 23, morador de Santa Maria, conta que já entregou diversos currículos pela capital e está otimista. "Tenho bastante experiência em restaurante, na cozinha, então estou procurando algo na área", finaliza.
Os mais procurados
De acordo com pesquisa realizada pelo Conjunto Nacional, 53,07% dos brasilienses que pretendem aproveitar a Black Friday estão atrás de eletrodomésticos. O índice é seguido por 49,23% de interessados em moda, 47,5% de eletroeletrônicos, e 44,23% de casa e decoração. Os interessados em gastronomia ocupam 16,53% da pesquisa. Ao todo, o Shopping ouviu 520 pessoas, que puderam escolher mais de uma opção. Entre todo os produtos, o item de preferência dos entrevistados é o telefone celular.
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