Nem a chuva foi capaz de impedir que os brasilienses prestassem homenagens a entes queridos no Dia de Finados. Ontem, os seis cemitérios dos Distrito Federal receberam milhares de visitantes emocionados que prestigiaram parentes e amigos com orações. Flores e presentes decoraram a maioria dos túmulos, em um misto de saudade e carinho.
Os brasilienses aproveitaram a visita para acender velas aos falecidos que marcaram a história da cidade. No Campo da Esperança — concessionária que administra os cemitérios — na Asa Sul, o jazigo de Ana Lídia foi um dos mais visitados, além das lápides do ex-presidente Juscelino Kubitschek e da ex-primeira dama Sarah Kubitschek. Em 1973, a menina de 7 anos foi torturada e assassinada em um crime que chocou os moradores de Brasília. No túmulo de Ana, foram deixados dezenas de brinquedos, chocolates e balões coloridos em homenagem à criança.
Com presença de freiras, famílias com crianças, idosos e adultos, a missa no cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, celebrada pelo padre Renato Sneider, da Paróquia Santa Teresinha, do Cruzeiro Novo, reuniu mais de 300 fiéis com terços nas mãos. Atrás do altar, outro padre ouvia confissões.
Como forma de evitar aglomerações, muitos visitantes prestigiaram os entes queridos nos dias que antecederam o feriado. De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) — responsável por coordenar a concessão das unidades cemiteriais, a previsão era que 500 mil pessoas passassem pelos seis cemitérios do Distrito Federal entre sábado e ontem, expectativa similar à do ano passado. O Campo da Esperança não fez o levantamento de visitantes.
Segundo o presidente da Associação do Mercado das Flores, Marcos André Alves Barbosa, as vendas de um dos itens mais procurados durante o feriado tiveram uma queda em relação ao ano passado. "Ficou inferior de 15% a 20%. Em 2021, cada lojista do Mercado das Flores pegou cerca de 120 vasos para vender no feriado de Finados, enquanto neste ano, foram 70. E nem vendeu tudo", comenta.