Paranoá

GDF aprova tombamento provisório da Vila Paranoá devido valor histórico

O parecer positivo à proteção do patrimônio histórico foi dado pela Comissão Permanente de Análise e Avaliação de Registro e Tombamento Cultural, vinculada a Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Correio Braziliense
postado em 30/11/2022 16:51 / atualizado em 03/12/2022 19:05
 (crédito:  Gersion/Acervo Pessoal)
(crédito: Gersion/Acervo Pessoal)

Depois de mais de 40 anos de luta da comunidade da Vila Paranoá, a Comissão Permanente de Análise e Avaliação de Registro e Tombamento Cultural (Cpaart) aprovou o tombamento provisório das edificações que ficam próximas da Igreja de São Geraldo. A antiga Vila foi o acampamento original dos pioneiros que levantaram a barragem e criaram o lago Paranoá na capital do país a partir de 1957.

A igreja é tombada desde 1993, mas a proteção dos bens do entorno ainda não havia sido obtida. O parecer pelo tombamento do patrimônio histórico, que sobreviveu a ação do tempo e a demolição, foi dado na última semana pela Cpaart, vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

O documento oficial assinado pelo secretário Bartolomeu Rodrigues inclui as edificações remanescentes do assentamento, tanto os construídos quanto os naturais, assim “como as formas de apropriação da área como lugar de manutenção e valorização de memórias e relações afetivas ainda existentes entre antigos moradores e o sítio.”

Subsecretário de Patrimônio Cultural da Secec, Aquiles Brayner destaca que o “Paranoá é uma região rica em história e cultura.” “O tombamento provisório gera maior segurança para a preservação desse legado e vai nos ajudar a fazer justiça à memória da caminhada das pessoas que tornaram o lugar rico em belezas naturais e construções, convivência e produções culturais, um dos marcos dessa cidade que tanto deve aos pioneiros”, defende.

A proteção se estende por mais de duas dezenas de edificações, o que inclui escolas, postos de saúde, delegacias, sede da Legião Brasileira de Assistência, bombeiros, bairros, ruas, áreas verdes e também espaço de socialização. Alguns deles, no entanto, já foram demolidos e podem ser apenas sinalizados.

Apesar disso, a Cpaart avalia que juntos formam um valioso marco de referência cultural, que se concentram no que é hoje a área do Parque Vivencial do Paranoá, criado em 1994. Um dos trabalhos que embasou a decisão foi a conclusão da especialização em Educação e Patrimônio Cultural e Artístico feito pelo servidor da Secretaria de Cultura Gersion de Castro Silva, na Universidade de Brasília (UnB).

A dissertação intitulada A história de uma cidade invisível: Vila Paranoá e seus quintais de memórias (2019) resgata documento sobre a história local, traça o caminho que levou a construção dos primeiros barracões à formação do patrimônio material e imaterial e propõe anotações sobre a iconografia e as vozes não ouvidas por quem é de fora do lugar”.

Gersion, técnico em atividades culturais, se alegra com o tombamento provisório. Descendente de pioneiros da Vila Paranoá e ativista pela preservação do patrimônio cultural material e imaterial presentes no local, ele define que agora a tarefa é preparar um dossiê para obter a inscrição definitiva nos Livros do Tombo, onde são listados os bens que passam a contar com a proteção do Estado e impedem problemas graves como alterações nos imóveis e novas demolições.

Tombamento definitivo

Atual presidente da Cpaart, Rayane Cristina Chagas Silva explica que o tombamento definitivo segue para a avaliação do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do DF (Condepac). O órgão colegiado tem funções deliberativas, fiscalizadoras, consultivas e normativas e é formado pelo poder público e pela sociedade civil.

“O coletivo com 24 participantes vai se reunir quando tiver os instrumentos que aprofundam o estudo sobre o bem cultural, basicamente um inventário com dossiê e plano de preservação e salvaguarda”, explica.

*Informações Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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