Os proprietários da cafeteria Objeto Encontrado, localizada na 102 Norte, registraram boletim de ocorrência em que denunciam terem sido alvo de vandalismo. O caso ocorreu na madrugada de domingo (27/11), e segundo os donos do estabelecimento, a onda de selvagerismo tem acontecido desde o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente.
De acordo com o proprietário da cafeteria, Lucas Hamu, 33, câmeras de segurança flagraram um homem urinando na porta do estabelecimento, por volta de 2h30 de domingo (veja abaixo). Nessa semana, os responsáveis pelo estabelecimento relatam quatro ocorrências de fezes na parte externa da loja.
“Desde o resultado (das eleições), começou essa onda de selvageria. O mural da cafeteria tem várias menções ao presidente Lula, e um dia desses também chegamos aqui com o rosto do Lula cheio de fezes. Tenho certeza que, por nosso posicionamento político, eles querem nos intimidar”, conta Lucas. Ele também cita que o carro de uma funcionária também foi alvo de vandalismo, com fezes sendo colocadas na maçaneta do veículo.
Assim como a Casa Mimobar, alvejada na mesma madrugada de domingo, a cafeteria também é frequentada pelo público LGBTQIA+. “Recebemos comentários agressivos nas redes sociais, mas não respondemos. Agora, querem nos intimidar de qualquer maneira, fazendo esses atos covardes aqui. No dia seguinte ao segundo turno, espalharam cocô aqui na área externa”, denuncia.
Mimobar
Mesmo após ser alvo de tiros na madrugada de domingo (27/11), a Casa MimoBar, localizada na quadra 205, da Asa Norte, decidiu abrir as portas para o público. A sócia do estabelecimento, Ana Júlia, afirmou ao Correio, que a intimidação será desconsiderada. “Eles não vão nos intimidar. Temos certeza que o que ocorreu aqui foi uma forma de silenciamento pela nossa postura política”, diz.
O caso veio a público na noite de domingo, quando o perfil oficial do bar nas redes sociais expôs o ocorrido. A reportagem esteve no local na tarde de segunda-feira (28/11) e contou quatro marcas de tiros. Nenhum deles acertou a fachada do bar, mas os disparos ocorreram em um lugar próximo ao mural com frases contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobrando esclarecimentos sobre quem matou a vereadora carioca Marielle Franco.
“Coincidentemente, os tiros ficaram marcados ao lado da imagem do presidente e de mensagens da Marielle. Eles querem nos calar, mas nós não iremos ficar calados. Decidimos abrir, e seguiremos assim sempre”, completou a proprietária.
Mesmo com a intimidação, após o ocorrido, a direção decidiu abrir as portas ao público. Um pôster do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), colocado na porta do estabelecimento, não foi retirado.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
Saiba Mais
- Esportes Torcedor americano é retirado de estádio por causa de braçadeira LGBTQIA+
- Esportes Goleiro camaronês se pronuncia após rumores de afastamento por indisciplina
- Política Maioria do PSD apoia PEC do Bolsa Família, aponta Omar Aziz
- Política GT de Povos Originários se preocupa com força executiva da pasta no governo
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.