O juiz Carlos Frederico Maroja de Medeiros, da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal, decidiu pela não devolução de um papagaio apreendido pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para uma família da capital do país. Os proprietários alegaram que a ave era usada para tratamento psicológico, no entanto, Carlos Frederico ressaltou que manter animal silvestre em cativeiro é crime de acordo com o art. 29 da Lei nº. 9.605/98.
O titular da Vara de Meio Ambiente destacou, ainda, que o fato de o animal está em extinção é um agravante ao delito, embora não seja determinante para o crime, que ocorre sempre que se aprisiona algum animal silvestre, “esteja ou não em extinção”.
Na avaliação do juiz, ao pedir a restituição do animal para o cativeiro, as autoras do processo “esperam do Juízo que as autorize a prosseguir praticando um ato inerentemente ilícito e veemente repudiado pela ordem jurídica”.
“Quando um indivíduo da fauna silvestre é retirado de seu habitat natural para o cativeiro, ele deixa de exercer suas funções ecológicas típicas. Um papagaio, por exemplo, tem não apenas a função de reproduzir a própria espécie, dispersar sementes e até mesmo servir de alimento a espécimes predadoras, preservando a cadeia alimentar natural”, defendeu Carlos Frederico.
O juiz acrescentou, ainda, que “a ideia de um animal silvestre que seja bem alimentado e receba carinho esteja a salvo de crueldade é francamente equivocada, pois toma por premissa a concepção humana, e não do próprio animal. Aves são seres livres por natureza”.
Sobre a alegação de tratamento psicológico de um dos membros da família, o juiz pontuou que “a medicina e a psicologia oferecem meios mais eficientes e adequados para os esforços de equacionamento dos problemas de saúde mental”. “Sem a necessidade de sacrifício à liberdade de outros seres vivos”, afirmou na sentença.
Saiba Mais
- Cidades DF Motorista de ônibus é atingido com pedrada na cabeça enquanto dirigia na W3
- Cidades DF Covid-19: Aeroporto de Brasília volta a exigir máscara após alta de casos
- Cidades DF Conheça Lulu, menina de 2 anos que é sucesso nas redes sociais
- Cidades DF Advogados do PCC têm bens e carros de luxo apreendidos em operação
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.