Dos 21 alvos da operação Saturação, desencadeada na manhã desta sexta-feira (18/11), três deles atuavam na liderança da célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) de Brasília e foram presos. Investigadores da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor) cumpriram, ainda, 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo 2, Planaltina, Ceilândia, Paranoá e nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
As lideranças integravam o chamado “Geral do Estado” e tinham um maior controle sobre a célula no DF, auxiliando nas atividades do tráfico de drogas e na angariação e no batismo de novos membros. No DF, foram presos um homem e uma mulher, em Ceilândia e no Riacho Fundo 2. Segundo as investigações, a mulher era responsável pela gerência da ala feminina do PCC no DF, enquanto o suspeito cuidava dos criminosos do sexo masculino. O terceiro preso, morador de Osasco (SP), ficava responsável pela coordenação setorial do tráfico de drogas, bem como o recebimento de valores, fornecimento e distribuição.
“Durante um ano e seis meses, conseguimos constatar a tentativa de estabelecimento no DF, se organizando em setores e funções e buscando apoio de integrantes que se encontram no sistema penitenciário. Com a prisão dessas lideranças, principalmente, acreditamos que isso causará grande impacto na capacidade articulatória do grupo”, afirmou o delegado-adjunto da Draco, Jean Felipe Mendes.
De acordo com o delegado-chefe da Draco, Rafael Póvoas, nos endereços dos investigados, a polícia apreendeu drogas, munições e até um aparelho de bloqueador de sinal e um identificador de sinais magnéticos. Mais de 100 policiais civis do DF, de São Paulo e de Minas Gerais participaram da operação. Os mandados também foram cumpridos em unidades prisionais do Novo Gama (GO) e de Uberlândia (MG).
O PCC no DF
Mesmo com a transferência do chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, à Penitenciária Federal em Brasília, em março de 2019, o PCC não conseguiu se estabelecer no DF, graças ao trabalho desenvolvido pela delegacia de combate ao crime organizado, antiga Deco, hoje Draco/Decor.
Em oito anos, a especializada desencadeou dezenas de operações voltadas ao combate às facções criminosas. Entre as operações de destaque estão a do Tabuleiro, em 2014; Palestina (51 denunciados), em 2015; e Legião (54 denunciados), em 2016. Em 2018, também foram realizadas as operações Prólogo (23 denunciados), Hydra (60 denunciados), Fora do Ar, que cumpriu 16 mandados de prisão e de busca e apreensão, e Continuum (14 mandados, sendo sete de prisão preventiva e sete de busca e apreensão).
Esse conjunto de operações, realizadas pela PCDF, impede o estabelecimento e o crescimento de facções de âmbito nacional no Distrito Federal, como ocorre em outras unidades da federação.
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