Extorsão

Em operação conjunta, PCDF prende criminosos que aplicavam golpe do nude

Vítimas eram homens de todo o país que recebiam fotos de uma suposta menor de idade e pagavam para não serem acusados de pedofilia. Um deles chegou a perder quase R$ 1 milhão. Quatro integrantes do grupo foram presos em ação com polícias goiana e gaúcha

Arthur de Souza
postado em 16/11/2022 18:02 / atualizado em 16/11/2022 18:33
Criminosos agiam por meios de redes sociais, segundo a investigação. -  (crédito: Divulgação/PCDF)
Criminosos agiam por meios de redes sociais, segundo a investigação. - (crédito: Divulgação/PCDF)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em ação conjunta com as polícias civis dos estados de Goiás e do Rio Grande do Sul, deflagrou uma operação que desarticulou um grupo especializado em extorsões, por meio do golpe do nude, e que movimentou mais de R$ 5 milhões em apenas três meses, com vítimas em todo país.

A ação, que ocorreu em 11 de novembro em Goiás e no Rio Grande do Sul, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (16/11), prendeu quatro integrantes do grupo (três homens e uma mulher) e apreendeu três veículos vinculados aos investigados (GM/Camaro, Ford/Ranger e um VW/Saveiro), além de bloquear ativos financeiros no valor de mais de um R$ 1 milhão.

  • Veículo apreendido durante operação. Divulgação/PCDF
  • Veículo apreendido durante operação. Divulgação/PCDF

Os investigados foram indiciados por 19 delitos de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. “Esse grupo tinha base no Rio Grande do Sul, mas atuava fazendo vítimas por todo o País. As provas serão compartilhadas com outras polícias judiciárias para que os criminosos possam responder por todos os crimes cometidos”, destaca o delegado-chefe da 16ª DP (Planaltina), Diego Cavalcante. “O grupo envolve outras três pessoas (laranjas) que ainda não foram detidas, mas foram denunciadas pelo MPDFT e configuram como réus no processo”, acrescenta.

Como agiam

De acordo com a PCDF, a investigação começou há cerca de um ano, quando uma pessoa do sexo masculino procurou a 16ª DP (Planaltina), dizendo ter sido vítima do golpe. Segundo Diego Cavalcante, o homem alegou que fez cerca de 19 transferências bancárias aos criminosos, somando mais de R$ 1 milhão. O delegado também explicou como os bandidos agiam. “Por meio das redes sociais, eles escolhiam suas vítimas e entravam em contato, passando-se por uma mulher”, disse. “Posteriormente, mandavam um nude e, mesmo que fosse encerrada a conversa, o falso pai dessa mulher entrava em contato com vítima, dizendo que ela tinha 13 anos e, por isso, seria um crime de pedofilia”, detalhou.

Ainda segundo o delegado-chefe da 16ª DP, o homem que se passa por pai também diz conhecer policiais e passa a pedir dinheiro à vítima, para que ele não denuncie o caso. Em seguida, de acordo com as investigações, o criminoso pede dinheiro para pagar um tratamento psiquiátrico para a filha e, depois, para o sepultamento, já que alega que ela cometeu suicídio, inclusive com a apresentação de uma certidão de óbito falsa.

Na sequência, o falso pai exige grande quantia para fazer um acordo com a vítima pelos danos morais e materiais. Contudo, após o pagamento desse valor, entram em cena os falsos policiais, que simulam estarem em uma unidade policial, para persuadir e extorquir a vítima, mais uma vez, agora sob a alegação de que vão forjar provas e prender a pessoa envolvida, por pedofilia. “Eles criaram um cenário de delegacia, mostrando armas, algemas e símbolos da polícia — para dar credibilidade ao golpe — e exigiam grandes quantias para que a vítima do golpe não fosse presa”, disse o delegado.

Confira:

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Newsletter

Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação