Investigação

Mulher que matou noivo em motel passou mal em cela e precisou ir ao hospital

Antes de ir para a Unidade Prisional de Barro Alto, e, Goiás, Marcella sofreu um surto dentro da cela e precisou ser encaminhada ao hospital, na sexta-feira (11/11)

Darcianne Diogo
postado em 15/11/2022 20:51 / atualizado em 15/11/2022 20:54
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

A Justiça do Estado de Goiás analisa o pedido de transferência de Marcella Ellen Paiva Martins, 31 anos, da Unidade Prisional Regional Feminino de Barro Alto, em Goiás, para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF). A solicitação partiu do advogado de defesa da influencer, Johnny Cleik Rocha, que justificou que a mulher deve ficar detida no local onde cometeu o crime “mais grave”. A bacharel em direito foi presa na quarta-feira passada (9/11), depois de confessar que assassinou o noivo, o empresário executivo Jordan Guimarães Lombardi, 39, com um tiro no olho, dentro de um quarto do Motel Park Way, na Candangolândia.

Ao ser presa em flagrante por policiais militares de Goiás, próximo ao distrito de Girassol (GO), Marcella foi levada à Delegacia de Águas Lindas e encaminhada posteriormente ao Presídio de Luziânia, onde passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva determinada pela Justiça. Na própria audiência, ela confessou o crime e alegou legítima defesa.

O Código de Processo Penal, no inciso VII ao artigo 295, prevê prisão especial, antes da condenação definitiva, aos “diplomados por qualquer das faculdades superiores da República”. Por não ter uma cela especial na penitenciária de Luziânia, o advogado entrou com um pedido de transferência para que a mulher ficasse em alguma unidade com cela especial.

Antes de ir para a Unidade Prisional de Barro Alto, Marcella sofreu um surto dentro da cela e precisou ser encaminhada ao hospital, na sexta-feira (11/11). O Correio teve acesso ao documento da avaliação médica e, após os exames, os profissionais de saúde constataram que a influencer apresentou alterações psicológicas perceptíveis, estava chorosa, trêmula e relatou estar com insônia e agitação. Ainda segundo a constatação médica, a mulher estava lúcida e orientada e continha escoriações nas mãos e nos pés, além de hematomas nos antebraços. Após a análise, ela foi liberada e retornou ao cárcere.

Depoimento

O Correio revelou em primeira mão que, na segunda-feira, o garoto de programa contratado por Marcella e Jordan para ir ao motel, no dia do crime, compareceu à 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) e prestou depoimento. O homem, que não teve a identidade revelada, mostrou a nota fiscal da transferência feita pelo empresário no valor de R$ 5 mil pelo serviço.

À polícia, ele contou que ficou por cerca de 40 minutos na suíte e presenciou o início da discussão entre os noivos. Em depoimento, o homem disse que Jordan estava na banheira, momento em que ele e Marcella começaram a trocar carícias. Nervoso ao ver a cena, o empresário saiu da hidromassagem e teria corrido para agredir o garoto de programa e chegou a enforcá-lo. Segundo o acompanhante, os três rolaram ao chão durante a briga e Marcela correu e pegou a arma na bolsa, momento em que ele deixou o motel assustado e foi embora.

Marcella alegou que ela e o noivo estavam drogados e sob efeito de cocaína desde 6 de novembro, quando saíram do bairro de Moema, em São Paulo, de carro, para Brasília para arranjar os últimos detalhes do casamento, marcado para janeiro de 2023. Uma das motivações do assassinato alegadas pela mulher é de que Jordan não teria tomado uma posição ao descobrir que a filha, de 5 anos, estaria sendo abusada sexualmente pelo padrasto.

A mulher teria ligado para o Disque 100, para fazer a denúncia, quando levou tapas no rosto, segundo contou em depoimento. Ela foi até a bolsa, pegou uma arma, que pertencia ao empresário, e apontou para ele. O tiro acertou o olho de Jordan. Em fuga, Marcela pegou o carro, um Audi Q7, e dirigiu até uma via próxima ao distrito de Girassol (GO). Lá, o veículo apagou e ela usou uma arma para abordar o motorista de uma Kombi e tentou levar o veículo. O condutor conseguiu pedir ajuda da vizinhança e a mulher foi presa em flagrante.

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