Planaltina

Mãe que abandonou recém-nascido escondeu gravidez e fez parto sozinha

Presa, a diarista contou que vive apenas de auxílios do governo, que a gravidez foi indesejada, mas que não quis abortar

Pablo Giovanni*
postado em 07/11/2022 19:46 / atualizado em 07/11/2022 20:35
Recém-nascido foi deixado em calçada do DF. A mãe contou aos policiais que vive de auxílios do governo e não teria condições de criar a criança -  (crédito: Divulgação/CBMDF)
Recém-nascido foi deixado em calçada do DF. A mãe contou aos policiais que vive de auxílios do governo e não teria condições de criar a criança - (crédito: Divulgação/CBMDF)

A mãe do recém-nascido abandonado em uma calçada em frente a uma casa, na madrugada desta segunda-feira (7/11), em Planaltina, foi presa pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda nessa segunda.

O bebê é um menino, que veio a nascer no domingo (6/11) e era fruto de uma gravidez indesejada. A mãe, de 30 anos, contou ao delegado-chefe da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Fabrício Augusto, que teve um relacionamento uma única vez com um homem, em 2021, e que ficou grávida. Ela, de origem humilde, não teria condições de manter a criança.

“Ela manteve a gravidez, porque não queria abortar. Por isso, quando a criança nasceu, ela ficou escondida dentro da residência. Ela fez o próprio parto”, disse o delegado. A jovem também é mãe de uma criança de 2 anos.

De acordo com os policiais civis, a mulher, que é diarista, detalhou que fez o parto pela manhã de domingo, e que ficou no interior da residência onde mora, com familiares, amamentando a criança escondida pois a família não sabia da gravidez. Quando chegou a madrugada de hoje, a diarista se enrolou com a criança e deixou o recém-nascido na porta de uma residência que estaria com a luz acesa.

Ligação para o resgate

A diarista também contou para o delegado que ela própria ligou para o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) relatando que havia avistado um recém-nascido envolto de cobertores em Planaltina. A diarista presenciou a atuação dos bombeiros e de policiais militares de longe. Após ser localizada, ela foi autuada por abandono de incapaz na 31ª DP, mas pagou fiança no valor de R$ 800 e foi liberada. Ela responderá pelo crime.

“Ela aguardou 30 minutos para ver se alguém sairia para acolher a criança, como não apareceu ligou para o CBMDF. Ela também nos disse que não teria condições de ter essa criança, porque vive apenas do auxílio do governo e de diárias que faz. A criança está no hospital e passa bem. Ela (a criança) será colocada aos cuidados do conselho tutelar, que fará os procedimentos legais perante a Justiça”, concluiu o delegado.

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