Eleições 2022

Desejo de exercer a cidadania motiva terceira idade a votar em Planaltina

A não obrigatoriedade do voto para pessoas acima dos 70 anos não desanimou esse público, que compareceu às urnas para escolher o próximo presidente

No Centro Educacional 01, de Planaltina, o ânimo para votar da merendeira aposentada Maria Ferreira, 79, inspirava os mesários da sua seção. Contente, ela definiu o momento como parte do seu dever enquanto cidadã, o cumprimento de uma função social.

Declarando-se patriota, mostrou preocupação com o acirramento da competição entre os candidatos ao Planalto, algo que diferencia esta eleição das demais. Apesar disso, a expectativa é que o vencedor faça um bom trabalho para a população, independentemente dos resultados.

Moradora da cidade, Maria estava acompanhada do filho, que votou na mesma escola. E nada de dificuldades ou demora, já que seu momento nas urnas durou poucos minutos.

Letícia Mouhamad - Votação no Centro Educacional 01, de Planaltina,merendeira aposentada Maria Ferreira, 79,

Para o próximo mandato, ela considera o contexto do pós-pandemia e da Guerra na Ucrânia, que "pertuba mesmo de longe", como desafios para o governo. "Não faltará serviço para quem ganhar", acredita.

Já o aposentado Valdemir da Silva, 75 anos, não demonstra a mesma positividade quando o assunto é eleição para presidente. Além de tecer críticas à gestão do atual governo no combate à covid-19, o idoso aponta a corrupção como um problema grave de ambos os candidatos.

Apesar disso, compareceu às urnas "para ajudar a nação" e exercer sua cidadania. Também morador da cidade, chegou ao colégio eleitoral de bicicleta e não relatou percalços em sua seção, que estava sem filas.

Eleição atípica


Para os grupos não prioritários, o sentimento no momento do voto foi, também, de tranquilidade. A grande movimentação em frente ao CED 01 até engana a quem preocupava-se com o tempo de espera. A agilidade foi, para muitos, um ponto positivo deste segundo turno.

É o que relatam os amigos Robson Dornelas, 29 anos, psicólogo, e Lázaro Augusto, 23, consultor de vendas. Moradores do Sudoeste e da Asa Norte, respectivamente, eles exibiam adesivos do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, no qual já haviam votado no primeiro turno.

Acompanhados do cão de Lázaro, deslocaram-se de carro e não tiveram dificuldades para chegar à escola. Ambos esperam o que o resultado seja positivo e confessam sentir receio de reações mais agressivas dos eleitores do candidato da oposição. "Da última eleição para cá, o preconceito ganhou voz e tem feito muitos estragos. Acredito que o desafio para o próximo governo seja dar limites, de forma educacional, a esses excessos", afirma Robson.

Letícia Mouhamad - Votação no Centro Educacional 01, de Planaltina, casal de comerciantes Adriele Fernandes, 28, e Edgar Alberto, 28,

Com camisetas da seleção e adesivos do candidato Jair Bolsonaro, o casal de comerciantes Adriele Fernandes, 28, e Edgar Alberto, 28, concordou que se trata de uma eleição atípica, mas por outros motivos. Acompanhados do filho, Alberto Souza, 7 anos, acreditam que o divisor de águas desse momento está na importância de escolher entre um político corrupto e o atual presidente, em quem confiam.

Esperançoso na vitória de Bolsonaro, mesmo em uma competição apertada, o casal aponta os planos para a economia e segurança como melhorias na continuidade do governo. Moradores do Arapoanga, votaram tranquilamente no CED Dona América e repetiram o voto do primeiro turno.

 

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

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Letícia Mouhamad - Votação no Centro Educacional 01, de Planaltina,
Letícia Mouhamad - Votação no Centro Educacional 01, de Planaltina, casal de comerciantes Adriele Fernandes, 28, e Edgar Alberto, 28,
Letícia Mouhamad - Votação no Centro Educacional 01, de Planaltina,merendeira aposentada Maria Ferreira, 79,
Letícia Mouhamad - Votação no Centro Educacional 01, de Planaltina, amigos Robson Dornelas, 29 anos, psicólogo, e Lázaro Augusto, 23, consultor de vendas