Na prévia da inflação de outubro, o Distrito Federal está na liderança — empatado com o município de Goiânia — do ranking do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), com 0,56%. A capital do país ficou à frente das áreas metropolitanas de Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba, as regiões avaliadas pela pesquisa. Segundo o economista César Bergo, os dados dão uma ideia do que será a taxa oficial de outubro. "O IPCA é o índice cheio do mês, enquanto o IPCA-15 é medida do dia 15 do mês anterior ao dia 15 do atual", explica.
Para o especialista, a tendência é de que o resultado final seja semelhante ao divulgado, nessa quarta-feira (26/10), na prévia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Aqui, em Brasília, deu 0,56%, então, acredito que deve ficar em torno disso, 0,5%, em função do comportamento dos preços", avalia. O maior impacto positivo no IPCA-15 foi no grupo de transportes (1,21%), puxado pelo aumento nas passagens aéreas. "Subiu 37,59%. Então, o setor de transporte teve um peso muito importante na previsão da inflação de Brasília. A questão da energia elétrica também influenciou. Além disso, a alimentação também subiu", analisa César Bergo.
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Tendência
Segundo o levantamento do IBGE, depois de apresentar queda de 0,81% em setembro, o grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 0,32% na previsão de outubro. Isso aconteceu devido à alta nos preços das frutas, de 7,15%. Outros itens básicos subiram, como é o caso do contrafilé (2,09%) e do acém (1,8%). Essa alteração nos preços das carnes mudou a rotina na casa de Claudiana Barbosa, 74 anos. Ela reclama o custo de vida está alto no DF. "O sabão em pó aumentou absurdamente. A verdura também. Se não for comprada nos dias de promoção, é muito caro, subiu demais", protesta a moradora do Guara 2. Na pesquisa do IBGE, itens como o sabão em pó e líquido, batata inglesa e tomate apresentaram encareceram 20,48%, 20,68%, 26,14% e 22,21%, respectivamente.
O consultor em telecomunicações Junior Moreno, 48, comenta que, ultimamente tem limitado as compras do supermercado. "Os produtos que eu comprava antigamente, como doces e outras coisas para as crianças, estou deixando de comprar. Levo só o básico mesmo. Antes, eu não fazia pesquisa de preços nos supermercados. Nesses últimos meses, tenho ido em vários lugares e só pegando realmente o que for essencial para a minha casa", detalha.
O economista César Bergo acredita que a tendência para os próximos meses, no DF, é de que os preços se estabilizem. "Os valores devem se equilibrar, e alguns produtos alimentícios podem baixar de preço. Depois desse pico, a tendência é que Brasília apresente uma melhoria nesses números (da inflação). É o que esperamos", conclui.
*Estagiária sob a supervisão de Guilherme Marinho
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