Para marcar as nove décadas dessa conquista, a Secretaria da Mulher e o Centro Cultural da Câmara dos Deputados apresentam a exposição “90 anos do Voto Feminino no Brasil”, que ficará aberta à visitação até o dia 28 de outubro. A abertura oficial será realizada hoje (11/10), às 17h, no Hall da Taquigrafia.
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Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abril deste ano, as mulheres representam mais de 52% do eleitorado brasileiro. Porém, elas nem sempre puderam escolher os representantes do país. O direito ao voto foi concedido às mulheres em maio de 1932, por meio do decreto que criou a Justiça Eleitoral. Apenas em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, a mulher brasileira, pela primeira vez, em âmbito nacional, votou e foi votada.
Com a curadoria de Angélica Kalil e Ana Prestes, e ilustrações de Mariamma Fonseca, a exposição evidencia uma parte da história das mulheres e os desafios que elas enfrentaram, e enfrentam, na política. Muitas vezes relegada ao esquecimento e à invisibilidade, a trajetória da luta das mulheres pelo direito ao voto é o tema central da mostra.
A escolha do Corredor Tereza de Benguela da Câmara dos Deputados como local de realização é bastante simbólica pela homenagem feita à líder quilombola brasileira que marcou a história política do século 18, muito antes que fossem iniciados debates sobre o tema, dando visibilidade ao papel da mulher negra e liderar a resistência contra o governo escravista.
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Na exposição, são retratadas personagens históricas da luta pela conquista ao voto feminino no país, como Nísia Floresta (1810 — 1885), Bertha Lutz (1894 — 1976) e Carlota Pereira Queirós (1892 — 1982). Além disso, são apresentadas as precursoras do movimento pelo sufrágio em diversas partes do mundo, como Olympe de Gouges (França, 1748 — 1793), Mary Wollstonecraft (Reino Unido, 1759 — 1797) e Harriet Taylor Mill (Reino Unido, 1807 — 1858).
Durante a exibição, também serão apresentadas algumas normas sobre os direitos que só se converteram em lei devido à luta da bancada feminina e ao aumento da presença de mulheres na política, que tem possibilitado que as demandas dessa parcela da população cheguem com cada vez mais força aos centros de decisão do poder. Ainda será possível conferir uma retrospectiva da evolução dos direitos políticos das mulheres no ordenamento jurídico brasileiro nas Constituições e Códigos Eleitorais de 1824 até os dias atuais.