A policial militar Cely Danielle Braga entrou com pedido de indenização, na última sexta-feira (30/9), contra comentários homofóbicos de sete pessoas, sendo uma delas o Deputado Hermeto (MDB). O caso repercutiu em janeiro de 2020, quando, na formatura, Cely tirou uma foto dando um selinho na companheira. Na imagem, outro PM gay também dava um selinho no parceiro.
Na ocasião, Hermeto repassou a imagem em grupos ligados às forças de segurança e comentou: “Minha corporação tá se acabando. Meu Deus!!! São formandos de hoje. Na minha época, era expulso por pederastia”.
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No pedido enviado à justiça, os advogados de Cely destacam que a fotografia era uma “simplória demonstração de afeto e carinho”. O documento cita que o parlamentar, ao ter a notícia veiculada nos jornais da capital, emitiu nota questionando o “caráter ideológico-político" do beijo, “ao invés de se desculpar pelas suas palavras, preferiu reafirmar todo o seu discurso de ódio”.
Ao Correio, Mateus Santana Sousa, advogado da PM, ressaltou que o processo penal do parlamentar e de outros envolvidos está em reta final. “O Ministério Público denunciou ele (Hermeto), a denúncia foi recebida, ouviu-se testemunhas e agora é necessário a decisão da Justiça”, destaca.
Cely precisou se afastar do ambiente da corporação devido à repressão e, quando voltou, “passou a ter dificuldades no seu ambiente de trabalho, sendo vítima de ameaças e perseguições por ‘colegas’ de farda”, diz o documento anexado no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Os advogados pedem indenização por danos morais no valor de R$ 25 mil, além de um pedido de desculpas para a PM e toda a comunidade LGBTQI+.
A reportagem procurou o deputado Hermeto, mas o parlamentar, em nota, apenas disse que “não pode comentar casos que correm em segredo de justiça”.