Eleições

Votação em Taguatinga Sul traz histórias de esperança para o futuro

Clima no Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab) em Taguatinga Sul era tranquilo e sem demora na hora de votar, durante a tarde deste domingo (2/10).

As votações no Centro de Ensino Médio Ave Branca, em Taguatinga Sul, estiveram tranquilas durante boa parte desta tarde (2/10). Apesar de algumas seções apresentarem filas, não houve reclamação de demora por parte dos eleitores. Mas, assim como em outros colégios eleitorais, panfletos espalhados pelas ruas ilustram um cenário poluído para quem chega na escola.

E neste clima de tranquilidade, a esperança para o futuro aparece de mãos dadas, como no caso do casal Pedro Ferreira, 32 anos, e Douglas Gomes, 36. Namorados há cerca de quatro anos, os dois estiveram juntos para exercerem a cidadania e buscarem um país de menos preconceitos, como eles mesmos desejam.

De acordo com Pedro, a ansiedade para que tudo termine logo é uma das sensações que o acompanharam ao longo do dia. “Quero que acabe o mais rápido possível. Esses quatro anos pareceram intermináveis. Estávamos numa onda de conquistas democráticas, e agora estamos nessa perspectiva de perdas”, lamenta.

Corroborando com o pensamento do namorado, Douglas destaca a importância de encerrar por completo o discurso de ódio que impacta pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+. Segundo o morador de Taguatinga Sul, a onda de julgamentos não pode mais continuar existindo.

“Não podemos viver a vida dos outros. Temos que viver as nossas vidas, você perceber que hoje em dia há legitimação do ódio é muito triste”, completa. No entanto, os namorados reiteram a esperança para dias melhores, e ressaltam que passarão a tarde juntos esperando o resultado das urnas.

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Falta de acessibilidade

Mesmo com dificuldades para chegar ao local, Gilberto Victor, 60, não se deixou desanimar e garantiu que as expectativas para que seu candidato vencesse eram grandes. “A acessibilidade não existe na cidade. Mas a gente vem, acho importante exercer o papel de cidadão”, afirma.

O morador de Taguatinga Sul é paraplégico há cerca de 15 anos, devido a uma doença degenerativa chamada Guillain Barré, que limita os movimentos do corpo. Com a progressão do caso, o bombeiro aposentado acabou desenvolvendo paralisia nas pernas. No entanto, nada disso o deixou para baixo. Ele, que também é engenheiro, continuou exercendo a profissão mesmo estando na cadeira de rodas. “Acho que eu vou parar só depois de morrer mesmo”, comenta em tom de brincadeira.

Para os próximos quatros anos, ele deseja que o crescimento do país, em sua visão, continue nessa constância. Flamenguista apaixonado, como ele mesmo se autointitula, foi acompanhar a apuração das urnas em casa, ao lado da esposa e de outros familiares.

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

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