Calor, Cansaço, fome e indignação: assim os eleitores relataram a experiência de votação no Centro de Ensino Elefante Branco, da 708 sul. “Experiência insalubre, foi horrível”, contou Ana Lúcia, 56 anos, que foi acompanhar o marido Gustavo, 65, após registrar seu voto em menos de 15 minutos em outra seção eleitoral.
Mesmo na cadeira de rodas, Gustavo, optou por não usar o benefício do acesso preferencial. ”Eu não estou morrendo, não estou com pressa, estou sentado, vocês que não deveriam precisar enfrentar essas quatro horas de fila e passar na frente”, disse. O casal reclamava do calor e da falta de organização do espaço após constatar que mais de 12 seções eleitorais foram distribuídas em apenas cinco salas: "está horrível isso aqui”.
Não chegou a haver tumulto no centro de ensino, mas os ânimos dos corredores não eram os melhores. Reclamações como “eles querem que a gente não vote, ninguém sabe explicar o que está acontecendo, estão jogando a responsabilidade um pro outro” e “daqui a pouco sai o resultado e a gente está aqui” eram comum da parte de eleitores que preferiram não se identificar.
Faltando menos de duas horas para o fim do horário eleitoral, muitos estão desistiram de votar por estarem passando mal de fome ou de calor.
No meio do clima de desilusão e cansaço, Mary Leite Oliveira, 80, resolveu exercer o compromisso com a cidadania e, mesmo estando legalmente desobrigada de votar, pediu ao filho Francisco de Oliveira, 58, que a levasse para às urnas. “Cheia de energia e esperança, ela estava mais animada que todos para esse dia”, contou o filho.
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel
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