Eleição 2022

Pelas ruas do DF, a celebração foi verde-amarela e vermelha

Reunidos em bares da cidade e também em ampla arena de festejos na Torre de TV, os brasilienses foram para as ruas comemorar a nova vitória de Luiz Inácio Lula da Silva

Ricardo Daehn
postado em 30/10/2022 23:01 / atualizado em 30/10/2022 23:02
Uma animada onda de petismo tomou conta da Torre de TV -  (crédito:  Minervino Júnior/CB)
Uma animada onda de petismo tomou conta da Torre de TV - (crédito: Minervino Júnior/CB)

O clima da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impulsionou a alegria de parte do eleitorado do Distrito Federal. Numa passada por bares e restaurantes, para além de uma massa de votantes aglomerados em festejos pela Torre de TV, foi possível detectar uma onda de alívio e esperança.

Psicanalista, Lucélia Sômego, 42 anos, numa distribuidora de bebidas, celebrava com amigos a vitória: "Ficou para trás o fascismo, e a solidão — algo muito intenso. Espero que o laço social, agora, volte, fortalecido. O novo governo vai devolver a nossa esperança: o verde, aliás, é a nossa esperança".

Trabalhadora de um estúdio focado em piercing, a comerciante Rafaela Soares, 35 anos, sentiu na pele o acentuar da cisão em família, diante de desavenças política. "Espero o retorno da dignidade de um Brasil que se renda a sentimentos do coração e da alma. A eleição mudou o caráter das pessoas. A maldade, tenho certeza, não será extinta — segue impregnada na sociedade, e não é de hoje. O mundo não é antirracista, mas as coisas podem vir a melhorar", comentou Rafaela, que, pela primeira vez, encarou a comemoração coletiva do resultado de uma eleição , nas ruas. "Dá mais emoção, e, ao mesmo tempo, medo", disse.

"Acho que a localizada vitória de Bolsonaro, no Distrito Federal, representa a desinformação nas periferias e, ao mesmo tempo, retrata esforços da classe economicamente dominante no centro", comentou a produtora cultural e fotógrafa Carolina Dantas, 35 anos. Mas, de olho mesmo, ela estava na festança da vitória de Lula — numa concentração perto do Pardim (404/405 Norte), novo norte para a formação das filhas pequenas Melissa, 13 anos, e Clara, 10.

"Vai ficar muita dor para trás, muito ódio — do governo antigo. Acertar isso será complicado", disse a professora e pedagoga Dulce Carvalho, 37 anos, que, na festa da Torre de TV, trazia um balanço de futuras alegrias: "Veremos a comunidade sorrindo, a periferia sorrindo, de novo". Com perdas de familiares e amigos, durante a pandemia, um fator que, largamente, influenciou na derrota de Bolsonaro, a aposentada Maria Augusta Ferreira, 72 anos, comemorou no Beirute (107 Norte), a nova vitória de Lula. Tudo celebrado, contando voto a voto, parciais informadas na televisão. Com as filhas Anne Carolina e Marcela, Maria Augusta sintetizou: "Foi a vitória da ciência e do amor".

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  • Maria Augusta Ferreira foi ao Beirute (107 Norte), onde comemorou junto com as filhas Anne Carolina e Marcela
    Maria Augusta Ferreira foi ao Beirute (107 Norte), onde comemorou junto com as filhas Anne Carolina e Marcela Foto: Minervino Júnior/CB
  • Dulce Carvalho: a professora era só alegria, frente aos esperado futuro vislumbrado para os alunos
    Dulce Carvalho: a professora era só alegria, frente aos esperado futuro vislumbrado para os alunos Foto: Minervino Júnior/CB
  • A comemoração dos eleitores do presidente Lula começou cedo na Asa Norte: com concentração em frente ao Pardim (404/405 Norte)
    A comemoração dos eleitores do presidente Lula começou cedo na Asa Norte: com concentração em frente ao Pardim (404/405 Norte) Foto: Minervino Júnior/CB
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