Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, cresce a expectativa entre os brasilienses de sobre como será o relacionamento do Governo do Distrito Federal (GDF) com o novo chefe do Palácio do Planalto. Reeleito na capital do país, Ibaneis Rocha (MDB) sempre deixou claro o apoio a Jair Bolsonaro (PL).
Ao votar na manhã desse domingo (31/10), o governador declarou que acreditava na virada de Bolsonaro. No entanto, depois que o resultado positivo a favor de Lula foi confirmado, Ibaneis preferiu amenizar a disputa político-partidária. Por meio de uma declaração na Agência Brasília — replicada em na conta oficial do chefe do Executo local no Twitter — ele disse estar certo de que o Brasil saiu mais forte das urnas. "Desejo sorte ao mesmo (Lula), a quem me coloco à disposição para trabalhar ao seu lado", frisou.
Para Ibaneis, esse é o momento de colocar as diferenças de lado. "(Isso) porque os desafios são imensos e só a união de todos os eleitos pode solucionar os muitos problemas que se apresentarão a partir de janeiro", considera. "Como governador reeleito, farei de tudo para que tenhamos — e tenho certeza que teremos — uma convivência harmônica para que possamos governar para todos", afirmou na publicação.
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Avaliação
Professor e presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles prevê que a relação do governador Ibaneis Rocha (MDB) com Lula (PT), após o chefe do Buriti ter apoiado Bolsonaro, não deve ser marcado por atrito. "(Ibaneis) mostrou uma postura bastante legalista em relação à garantia do resultado das urnas. Isso, sem dúvida nenhuma, não será esquecido pelo presidente Lula na hora de travar as relações institucionais tão necessárias entre o governo federal e o governo do Distrito Federal", considera.
O especialista pondera que, mesmo que Ibaneis reforce em seus discursos que a união será o foco do seu governo — apesar de qualquer resultado nas eleições presidenciais — a expectativa é de que ocorra um embate entre as duas partes.
Crescimento
No Distrito Federal, neste segundo turno Jair Bolsonaro (PL) recebeu 1.041.200 votos, o que corresponde a 58,81%. No primeiro turno, ele conquistou 910.397 eleitores, representando 51,65%. Aumentando o número de apoiadores em 130.803 ou 7,16%. Lula (PT) também cresceu, mas menos, 4,34%, com 79.636 votos a mais do que no primeiro turno, quando teve 649.534 (36,85%). O petista terminou o segundo turno em Brasília com 729.170 eleitores (41,19%). Em todas as regiões administrativas, o atual presidente venceu, exceto na Asa Norte, repetindo o que havia acontecido no primeiro turno das eleições.
Renato Meirelles explica que o DF, como uma das entidades federativas mais ricas do país e com forte atuação da primeira-dama Michelle Bolsonaro, reflete, consequentemente, o protagonismo de Bolsonaro. "O termômetro passado no primeiro turno deu força à ampla vantagem do atual presidente, já que o Congresso ficará mais conservador a partir do ano que vem, quando se inicia o mandato dos 594 deputados eleitos", pondera
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
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