Eleições 2022

Eleitores foram às ruas confiante na vitória no último dia de campanha

Apoiadores dos candidatos à Presidência da República fizeram carreatas nesse sábado (29/10). O grupo a favor da reeleição de Jair Bolsonaro (PL) partiu do Mané Garrincha para a Asa Sul. O ato por Lula (PT) percorreu Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Recanto das Emas

Ailim Cabral
Mila Ferreira
postado em 30/10/2022 06:00 / atualizado em 30/10/2022 07:54
 (crédito: Vitor Gripp)
(crédito: Vitor Gripp)

O último dia de campanha do segundo turno da eleição presidencial de 2022, sábado (29/10), foi movimentado no Distrito Federal, pela manhã e parte da tarde. Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) organizaram carreatas e saíram pela capital do país em busca dos votos dos indecisos. O sentimento nas ruas, em ambos os lados, era um misto de comemoração antecipada com a confiança na virada de votos e na conquista de eleitores.

Neste domingo (30/10), as manifestações não são permitidas até as 17h. A partir deste horário, segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), há dois atos públicos previstos na área central de Brasília. Um favorável à reeleição de Bolsonaro, na Esplanada dos Ministérios, e outro, em apoio a Lula, nas proximidades da Torre de TV.

  • Adrien e Leila manifestaram apoio a Lula em Taguatinga Fotos: Vítor Gripp
  • Apoiadores de Lula durante manifestação na avenida Helio Prates, que vai de Taguatinga a Ceilândia Vitor Gripp
  • Concentração de motociclistas eleitores do presidente Bolsonaro no Eixo Monumental Fotos: Vitor Gripp/CB/D.A Press
  • Cleidiane e Nair acreditam na reeleição de Bolsonaro Vitor Gripp

"Motocarreata"

Denominada pelos organizadores como motocarreata, a principal manifestação da campanha do candidato Jair Bolsonaro partiu de manhã do Estádio Nacional Mané Garrincha, seguiu para a Esplanada dos Ministérios, depois Asa Sul, retornando ao estádio. O ato contou com a presença da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, além de parlamentares eleitos, militantes e liderança dos partidos que apoiam a reeleição do atual presidente. Caminhões, carros e motocicletas decorados em verde e amarelo participaram da manifestação. Os veículos levavam bandeiras do Brasil e estampadas com a foto e o número do candidato.

O deputado distrital eleito Thiago Manzoni (PL) afirmou que ocorreram manifestações em todas as regiões administrativas do Distrito Federal. "A nossa intenção é mostrar o tamanho da vantagem que Bolsonaro tem aqui e como o povo de Brasília abraça as pautas do nosso presidente", declarou.

Celina Leão, vice-governadora eleita do DF, participou do evento e citou a importância da atuação feminina em prol de Bolsonaro. "Fizemos uma belíssima campanha, as mulheres se mobilizaram no Brasil inteiro, em todos os estados. Contamos com o apoio de deputadas estaduais, prefeitas e vice-governadoras. Acredito que o Brasil e o DF podem esperar mais desenvolvimento. Temos a menor taxa de desemprego da história do Brasil agora, além de três meses seguidos de deflação", disse.

Senadora eleita pelo DF, Damares Alves (Republicanos) está confiante na vitória de Bolsonaro. "Paz, diálogo, prosperidade, desenvolvimento e crianças protegidas é o que o Brasil pode esperar em um próximo mandato do presidente. Hoje já é uma pré-comemoração da vitória. Os institutos de pesquisa indicam que Bolsonaro está à frente", comemorou.

A secretária Cleidiane Rodrigues, 31, foi com a mãe, a cabeleireira Nair Rodrigues, 64, no ato. Elas se disseram esperançosas com um resultado favorável nas urnas. "Ele fez muito pelo povo brasileiro e vai continuar fazendo. A economia está bombando", disse Cleidiane. "Ele é contra tudo de ruim: drogas, aborto e ideologia de gênero", completou Nair.

"Estamos com muita garra e muita fé. Temos certeza que amanhã vamos reeleger o presidente Bolsonaro", discursou a deputada federal eleita, Bia Kicis (PL-DF) no início da motocarreata, de onde partiu a bordo de um jipe. A parlamentar exaltou a importância dos pequenos empresários para o crescimento do Brasil. "Vivam os MEI, vivam as pessoas que investem nesse país. Abaixo a mentalidade tacanha de querer colocar todo mundo amarrado na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)", convocou.

Durante a manifestação, o deputado distrital eleito Joaquim Roriz Neto (PL) avaliou que debate de sexta-feira (28/10) entre entre candidatos à Presidência da República foi positivo para Bolsonaro. "Tenho certeza que o povo brasileiro vai reconhecer o trabalho que o presidente fez e vai dar oportunidade para ele ter mais quatro anos de governo", afirmou.

"Contra a barbárie"

Saindo do Sesc Ceilândia, na QNN 27, a carreata em apoio ao candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por toda a Avenida Hélio Prates, chegando a Taguatinga, e seguiu para Samambaia e Recanto das Emas. De acordo com a organização, cerca de mil carros participaram da manifestação. 

Em cima do trio elétrico que comandava a carreata, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) chamou o ato de "carreta da vitória" e afirmou que a escolha a ser feita, hoje, nas urnas é entre a democracia e a barbárie. "A candidatura não é mais só dele (Lula) ou do PT. É um conjunto da sociedade que quer um país diferente e não aceita mais essa violência toda. Estamos unindo todo o centro democrático para lutar contra a barbárie", ressaltou.

Tentando ganhar o voto de quem não se decidiu, o deputado distrital reeleito Fábio Félix (PSol-DF) destacou que os últimos três dias de campanha são decisivos para alcançar os eleitores indecisos e fez um apelo para que a população escolha o candidato com base no que precisa melhorar no Brasil como fome, economia, saúde e assistência social. "Muita gente não quer abrir mão do seu antipetismo, mas queremos convencer as pessoas a votarem por critérios mais objetivos", explicou.

Os deputados distritais Max Maciel (PSol) e Leandro Grass (PV) também estavam no evento. Grass defendeu as manifestações pacíficas como uma forma de mostrar que a campanha de Lula cresceu no DF e incentivar o "voto em favor da democracia".

Max, nascido em Ceilândia, reforçou a importância da maior região do DF. "Precisamos garantir o nosso Estado Democrático. Vamos ganhar, entramos no primeiro turno ganhando e precisamos sair desse limbo, onde só os mais ricos e os grupos armados foram favorecidos", completou.

Balançando as bandeiras e ostentando óculos vermelhos em formato de estrelas, a estudante Adrien Larissa, 22, e a advogada Leila Moraes dos Santos, 36, afirmam não ter medo de se manifestar e defendem a volta de um país mais pacífico. "Precisamos ter a liberdade de colocar uma camisa vermelha sem ser coagida, sem ficar com medo de sair na rua com um adesivo. Além disso, é inadmissível que 43 milhões de pessoas estejam passando fome, não dá para dormir tranquilo pensando nisso", protestou Leila.

A comerciante Ana Maria Uchoa Gomes, 42, estava animada, distribuindo adesivos na janela do carro e agitando uma bandeira com o nome e número do candidato petista. "Eu não tenho medo e não podemos ter enquanto lutamos pela mudança do nosso Brasil e para tirar esse genocida da presidência", finalizou.

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O que pode e o que não pode

Está liberado

Eleitores podem manifestar, de forma individual e silenciosa, a preferência por determinada candidatura, legenda política, coligação ou federação. A expressão da escolha política pode ser feita por meio do uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos

É permitido usar camiseta de candidatos, desde que o eleitor não distribua a vestimenta a outros e que não participe de aglomerações de pessoas com vestes padronizadas, nem de manifestações coletivas e/ou ruidosas. Quem estiver usando blusas com referência a alguma candidatura não pode abordar, aliciar ou usar qualquer método para tentar persuadir ou convencer outros eleitores.

Não é permitido

É proibido utilizar aparelhos eletrônicos na cabine de votação, incluindo celulares, tablets e máquinas fotográficas. Eleitores deverão deixar o celular com os mesários antes de votar, e o aparelho ficará retido durante o período em que a pessoa estiver votando, junto com o documento oficial com foto.

O uso de alto-falantes e amplificador de som é vedada, assim como a promoção de comício ou carreata. A lei eleitoral proíbe, até o final do horário de votação, aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado com bandeiras, broches, dísticos e adesivos, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem uso de veículos.

A lista de restrições inclui a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partido e de candidatos e a propaganda de boca de urna, realizada com o intuito de pedir votos aos eleitores que se dirigem à seção eleitoral.

É vedada a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas aplicações de internet. Postagens antigas, no entanto, podem ser mantidas no dia da votação.

Fiscais partidários devem seguir diretrizes, como não utilizar vestimenta padronizada e, nos crachás, exibir apenas o nome e a sigla do partido, coligação e federação que representam.

É proibido que pessoas portando armas de fogo se aproximem a menos de 100 metros das seções eleitorais. A norma inclui civis, ainda que tenham porte de arma, ou integrantes das forças de segurança que não estejam em serviço junto à Justiça Eleitoral. A exceção é apenas para quando agentes de segurança, em atividade geral de policiamento no dia das eleições, forem votar.

Estão proibidos o transporte e a posse de armas pelos Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) na véspera, no dia e no pós-eleição.


(Fonte: TSE)

 

Para saber mais

É possível denunciar irregularidades por meio do aplicativo Pardal. O programa é gratuito e pode ser encontrado nas lojas virtuais Apple Store e Google Play, bem como em formulário web no Portal do Pardal. Nele, o eleitor pode realizar a denúncia de forma anônima, acompanhar a tramitação e acessar estatísticas de abrangência nacional. É necessário ter provas da suposta irregularidade, como fotos, áudios ou vídeos. 

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