Após rápidas negociações com representantes da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), um grupo de famílias que havia montado acampamento em um terreno da empresa nas proximidades do Condomínio Total Ville, em Santa Maria, decidiram deixar o local pacificamente na tarde deste sábado (22/10).
Segundo integrantes da ocupação, no terreno, encontravam-se cerca de 150 pessoas. De acordo com a produtora rural e representante do grupo, Cleonice Gregório de Sousa, 28 anos, existe um grande pedaço dentro do terreno que é de Terracap. “Só que a área não tem função social nenhuma, e a gente está aqui reivindicando os nossos direitos como seres humanos. Queremos plantar e dar função social a essa terra, para alimentar nossos filhos e netos”, destacou.
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Ainda segundo Cleonice, existe um suposto dono, mas ele não responde mais pela área, pois o contrato que ele tinha, acabou. “Por isso que, inclusive, entramos no terreno e ficamos”, ressaltou. “Estamos saindo porque, se a gente não fizer, (sabemos que) tem a truculência. Vamos sair pacificamente, mas dizendo que vamos recorrer. Temos reunião marcada com a Terracap, junto à Secretaria de Agricultura, para quarta-feira (26/10)”, revelou.
A representante do grupo também disse que eles estavam ocupando o terreno há seis dias e, durante esse período, não tiveram nenhum tipo de assistência social. “Agora, vamos procurar algum ginásio ou estádio, para poder nos aglomerar”, concluiu.
Sem resistência
Durante a retirada, foram mobilizadas 10 viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e duas do Corpo de Bombeiros (CBMDF). O major Anderson Pierre, do 26º Batalhão de Santa Maria, disse que os agentes de segurança se encontravam no local somente para garantir a segurança dos servidores públicos. "Policiais passavam pelo local, perceberam a invasão e acionaram a corporação", detalhou.
A assessoria da PM também informou que, no local, havia aproximadamente 20 tendas e barracas. “A DF Legal negociou com os ocupantes, e a última barraca já foi retirada”, destacou a nota da corporação.
Agentes da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) também estavam no local para o caso de retirada forçada das famílias. Um trator foi deslocado até o terreno, mas não precisou ser utilizado.
Segundo o gerente de fiscalização da Terracap, Alexandre Bittencourt, o terreno é público e pertence à companhia. “Ele não é destinado ao Programa de Assentamento de Trabalhadores Rurais (Prat), e o processo não é esse. Eles (o grupo) simplesmente invadiram sem nenhum respaldo da lei”, afirmou. “Era uma área rural, sob administração da Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural). Por isso que foi acordado marcar uma reunião”, acrescentou o gerente da Terracap.
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