OBITUÁRIO

Morre cardiologista pioneiro Ely Toscano, aos 97 anos, em Brasília

O médico gaúcho mudou-se para a capital federal em 1959, e foi o responsável por fundar e estruturar a unidade de cardiologia do Instituto Hospital de Base

Correio Braziliense
postado em 16/10/2022 19:59 / atualizado em 17/10/2022 14:24
 (crédito:  Aureliza Corrêa/Esp.CB/D.A Pres)
(crédito: Aureliza Corrêa/Esp.CB/D.A Pres)

Morreu na manhã deste domingo (16/10) o cardiologista Ely Toscano faleceu na manhã deste domingo, aos 97 anos. O médico mudou-se para Brasília em 1959 e participou da inauguração da nova capital do país. O pioneiro foi responsável pela fundação e estruturação das unidades de cardiologia do Instituto Hospital de Base (à época Hospital Distrital) e do Hospital das Forças Armadas. O enterro do médico será nesta segunda-feira (17/10), no Campo da Esperança da Asa Sul. O velório ocorre a partir das 15h30, na capela 10. O sepultamento está marcado para às 17 horas, na área dos Pioneiros.

Ely Toscano era oriundo de Porto Alegre (RS), onde se formou pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e conheceu a esposa, a médica ginecologista e obstetra Jurema Toscano Barbosa, hoje com 98 anos. Após concluir a graduação, o médico concluiu mestrado pelo Instituto Nacional de Cardiologia do México (1954-1955) e doutorado pela Clínica Mayo, nos Estados Unidos (1955-1957).

Ainda no período em que morou no exterior, o cardiologista tornou-se referência na área ao identificar o padrão eletrocardiográfico do defeito congênito do canal atrioventricular e identificar as alterações do campo elétrico como distúrbio de condução intraventricular. O médico teve trabalhos publicados em simpósios e em revistas estrangeiras, como o The American Journal of Cardiology. Ely foi presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (1980-1981) e ocupava cadeira emérita na Academia de Medicina de Brasília.

Segundo o sobrinho de Ely, Luiz Chabalgoity, o médico sempre se dedicou muito à vida profissional. "Ele e minha tia são referência nas áreas de atuação. Minha tia Jurema como ginecologista e obstetricista ajudou no nascimento de muitos conhecidos e amigos. Juntos eles construíram uma carreira e se dedicavam também à família com atendimento médico. Meu tio era muito atencioso e cordial com todos", afirma o economista e morador da Asa Norte. 

Ely era médico aposentado pelo Ministério da Saúde e pelo Superior Tribunal de Justiça. Contudo, continuou atuando em clínica privada até sofrer um Acidente vascular cerebral (AVC), em 2017. "Foi quando ele precisou parar de vez e ter um acompanhamento médico frequente", explica o sobrinho.

O médico teve covid-19 em 2021, mas resistiu. Em setembro deste ano, Ely sofreu com um problema infeccioso bucal e precisou ser internado. Ele recebeu alta na última quinta-feira, mas na noite de sábado apresentou piora e precisou ser entubado em casa. O pioneiro morreu durante a transferência para a UTI do Hospital DF Star.

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